ISSN 2359-5191

15/05/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 37 - Ciência e Tecnologia - Hospital das Clínicas
Miguel Nicolelis explica a “anarquia organizada” dos Neurônios
Em palestra na FMUSP, o cientista dá mostras de suas pesquisas em Neurofisiologia

São Paulo (AUN - USP) - No final das contas, as ciências se encontram ao se tratar de tecnologias. Miguel Nicolelis, pesquisador da Universidade de Duke nos EUA, e formado pela FMUSP, usou delas para tentar explicar o funcionamento da “anarquia organizada” que é o cérebro. Neurofisiologia, como palavra já assusta, imagine só como tema!

Os nossos neurônios funcionam em unidade, segundo ele: “todos os neurônios contêm informações diminutas do todo”. Usando de analogias inteligíveis ao público leigo, um neurônio no cérebro seria como uma estrela sozinha no céu - apenas vendo o sistema nervoso como um todo que os especialistas podem entendê-lo.

A partir deste entendimento, Nicolelis demonstrou que a visão antiga de que cada parte do cérebro era responsável por apenas um comportamento humano caiu por terra, já que cada neurônio carrega um pouco de informação. Existem, sim, regiões especializadas, mas, mesmo assim, há nelas um pouco de informação para outras ações no corpo. As antigas tecnologias ligadas às neurociências também eram ineficazes, já que monitoravam apenas um neurônio de cada vez.

A pesquisa que Miguel faz usa de métodos novos, o monitoramento é feito em vários neurônios simultaneamente. Assim, dá para se notar como funciona o cérebro ao gerar o comportamento dos mamíferos. Tal análise serve para que os pesquisadores descubram como se dá a interface entre o cérebro e a máquina, ou seja, como os neurônios reagem quando há uma ligação com um braço mecânico, por exemplo.

Ao partilhar com a platéia um pouco de suas pesquisas, o pesquisador acabou por dividir suas idéias sobre a existência do homem como ser humano. Para ele a “Consciência é produto da interação entre cérebro e aquilo que ele controla”, dessa maneira, suas pesquisas com a interface cérebro-máquina (que já foram exploradas por uma matéria da Agência http://www.usp.br/aun/_reeng/materia.php?cod_materia=0704472 ) representam uma libertação do corpo, por parte do cérebro.

A palestra foi dada em virtude da inauguração do Instituto do Câncer, no dia 05 de maio. Nicolelis pode não ter muito a ver com o câncer, mas mostrou que o verdadeiro cientista é aquele que se liga em todas as áreas, aquele que se importa com todas elas e sabe que elas levarão a um entendimento maior, maior que o universo que existe entre nossas duas orelhas.

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