São Paulo (AUN - USP) - A criação e a manutenção de bancos de cordões umbilicais para transplantes de medula óssea e pesquisas com células-tronco são bastante defendidas pelo professor do Instituto de Ciências Biomédicas da USP (ICB) Carlos Alberto Moreira Filho, superintendente do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEPAE). Para ele, o uso de cordões umbilicais em pesquisas científicas é muito mais válido e necessário do que aumentar, cada vez mais, a “estocagem” de cordões sem qualquer propósito.

Muitas mulheres optam por preservar os cordões umbilicais de seus bebês para que possam ser utilizados, se necessário, por seus filhos em futuros tratamentos baseados em células-tronco. Carlos Alberto Moreira critica essa iniciativa e afirma que “é um desperdício criar um banco de cordões para esse fim e não disponibilizá-los para pesquisas científicas e transplantes de medula óssea em outras pessoas”.

Apesar da utilização de banco de cordões umbilicais como “estoques” que poderão nunca ser usados, Moreira acredita que “é importante termos esses bancos de cordões no país”. Para ele, esses bancos podem ajudar o Brasil a conseguir sua auto-suficiência em sangue de cordões umbilicais e não precisará gastar milhares de dólares para importar de bancos estrangeiros esse tipo de sangue.

Carlos Alberto Moreira afirma ainda que “o banco de células-tronco umbilical é algo real” e o Brasil já possui iniciativas que possibilitam a normatização e a legalização de tais bancos. A Rede Brasilcord, que regulamentou a base para a criação de uma rede nacional de bancos de sangue de cordões umbilicais, é uma dessas iniciativas que ajudam a desenvolver cada vez mais as pesquisas com esse tipo de células-tronco e possibilitaram que um número cada vez mais significativo de pessoas possa receber essas células em transplantes de medula óssea.