ISSN 2359-5191

03/06/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 45 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Microscópio auxilia pesquisadores da engenharia à odontologia

São Paulo (AUN - USP) - O Laboratório de Caracterização Tecnológica (LCT) da Escola Politécnica, da USP, está trabalhando com um novo microscópio eletrônico de varredura, recentemente importado da República Tcheca. O equipamento funciona em três modos de operação, enquanto que antes este tipo de aparelho só permitia analisar amostras em alto vácuo. Possibilita, dessa forma, que seja utilizado em vários campos de pesquisa. “São novos caminhos de pesquisa baseados nesses novos modos de operação”, diz Liz Zanchetta D’Agostino, geóloga e operadora do microscópio.

O microscópio eletrônico de varredura obtém imagens a partir da resposta da interação entre o feixe de elétrons emitido e a substância analisada. No aparelho tradicional, a câmara onde é colocada a amostra deve estar em alto vácuo, para evitar interferências no feixe de elétrons. Para atingir tal estado, a amostra não pode estar úmida ou apresentar substâncias voláteis, condições que limitam seu uso. O novo modelo, Quanta 600 FEG da FEI, oferece a alternativa de operar sem vácuo, utilizando gases, como o vapor d´água, para preencher a câmara. Assim uma gama maior de matérias pode ser analisada, como materiais biológicos.

O equipamento, por sua versatilidade, atende a várias áreas de pesquisas da universidade: Engenharia, Odontologia, Geologia, entre outras. É utilizado ainda nos projetos do próprio laboratório e por clientes externos (empresas de diversas áreas, como de tecido e cosméticos, e até mesmo para obter provas criminais). “A agenda é bem concorrida”, conta Liz. Foi instalado um software que automatiza a operação na busca de uma fase mineral específica ou de determinado elemento químico, a partir de uma programação prévia. Para que seja tirado o máximo de informações de uma amostra, no entanto, é necessário saber direcionar a operação. Portanto, as análises são conduzidas sempre por profissionais do laboratório.

O novo modelo apresenta uma fonte especial de feixe de elétrons. É gerado um feixe mais fino que garante maior resolução das imagens. Assim, é possível analisar amostras que antes não eram vistas em microscópios eletrônicos de varredura, como alguns tipos de polímeros e nanomateriais. O microscópio consegue um aumento de até 1 milhão de vezes quando se trata de materiais condutores e já alcança 200 mil vezes quando o material não é condutor.

O laboratório pretende ainda viabilizar o uso do microscópio à distância, de forma que uma pessoa de outro estado poderá operar o aparelho ou coordenar a operação via rede. Visualizando a imagem capturada em seu computador, ela guiaria o operador na análise, detalhando, por exemplo, um ponto da amostra importante para sua pesquisa. A previsão, segundo Liz, é de que será possível trabalhar dessa forma ainda neste ano.

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