ISSN 2359-5191

12/06/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 52 - Saúde - Instituto de Biociências
Uso de cosméticos naturais requer cuidado extra

São Paulo (AUN - USP) - Cosméticos naturais, geralmente associados a fórmulas mais suaves e a um uso mais seguro, requerem dos consumidores atenção redobrada. Problemas como intoxicação, alergias e irritação podem vir do uso descontrolado ou da utilização de produtos com origem duvidosa.

Segundo a professora Cláudia Furlan, do Instituto de Biociências da USP, a regulamentação de cosméticos à base de plantas, no país, ainda é muito precária, o que permite a venda sem o necessário controle de qualidade. Segundo ela, a grande quantidade de produtos que vem do uso popular, sem comprovação e fiscalização, representa um perigo para a saúde. Dentre esses cosméticos pode haver desde placebos, quando não há a substância nem a ação prometida, até produtos confeccionados com substâncias erradas, com propriedades e ações diferentes das previstas, podendo gerar efeitos colaterais.

Mas, há muito tempo, cosméticos baseados nas propriedades das plantas deixaram de ser exclusividade da sabedoria popular. Grandes empresas, apoiadas em pesquisas que comprovam os efeitos desses produtos, investem nesse setor, que atrai principalmente consumidores do exterior. A Natura, uma empresa brasileira, por exemplo, tem uma linha somente para cosméticos à base de plantas, a linha Ekos, que já em 2002 representava 10% do faturamento total.

Outra prova da expansão desse mercado são os critérios requeridos pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que regulamenta o setor. Mesmo quando se trata de um produto natural, a agência exige dados como ensaios de segurança, comprovações da eficácia do produto e as informações contidas na bula. Cláudia alerta para a importância de tal procedimento, aconselhando que se procure no site da agência* o registro do cosmético a ser utilizado como garantia que ele passou nos testes.

Recentes descobertas no setor da biotecnologia beneficiam a expansão desse mercado. Elas permitem, por exemplo, a produção de uma substância através de cultura de tecidos, ou seja, não é necessário cultivar a planta por inteiro para a obtenção da substância desejada. Também, podem-se produzir organismos geneticamente modificados (os famosos transgênicos), manipulando-se, assim, a produção de uma substância nesse organismo ou a produtividade da planta.

Sobre a diversidade da flora brasileira, Cláudia diz que, ao mesmo tempo em que o Brasil é um ótimo lugar para um químico de produtos naturais trabalhar, a diversidade do país impõe o desafio de encontrar o material genético que possa gerar um novo produto. Por isso, pesquisadores usam o conhecimento de comunidades tradicionais, como povos indígenas, seringueiros, agricultores e ribeirinhos como um ponto de partida. As pesquisas na área são feitas pelas indústrias do ramo. As universidades públicas, por sua vez, fazem pesquisas sem fins lucrativos, gerando conhecimento básico sobre as espécies vegetais a serem utilizadas.

* http://www.anvisa.gov.br/cosmeticos/banco.htm

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