ISSN 2359-5191

17/06/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 55 - Economia e Política - Escola de Educação Física e Esporte
Máfia política movimenta mercado esportivo

São Paulo (AUN - USP) - O jogo de cintura no mercado esportivo é fundamental. Essa foi a tônica da palestra sobre marketing esportivo proferida pelo especialista na área Georgios Stylianos Hatzidakis, mais conhecido como Grego. Na palestra realizada recentemente na Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE-USP), Georgios destacou o fator político como principal motor do mercado do esporte, classificando os bastidores políticos como uma máfia dos dirigentes, além de traçar um perfil do dirigente latino-americano, um torcedor apaixonado.

Para Grego, é a habilidade política do dirigente que atrai o patrocinador. O dirigente precisa convencer o futuro investidor que a emoção em torno do esporte faz desta uma aplicação financeira segura. Contudo, esse convencimento é uma tarefa muito mais árdua do que aparenta ser, visto que há uma imprevisibilidade do resultado no esporte, o que deixa um certo temor nos patrocinadores.

Como o número de investidores no esporte não supre a demanda, há uma necessidade do jogo político, pois as uniões e tramóias dos dirigentes acabam por conferir maior credibilidade ao dirigente hábil. As federações constituem, pois, máfias esportivas, segundo Georgios, tendo em vista que as reuniões esportivo-administrativas servem, antes de tudo, ao propósito de se firmar conclaves políticos. O termo máfia é comumente empregado pejorativamente a reuniões ilícitas de indivíduos, mas Georgios acredita que as máfias esportivas “podem ser do bem ou do mal”. Tudo irá depender de como o dirigente atua política e profissionalmente.

Esse profissionalismo, porém, não raras vezes, é esquecido pelos dirigentes latino-americanos, conforme perfil traçado por Georgios. Os dirigentes da América Latina são antes de tudo torcedores fanáticos, que por desejarem poder, status, prestígio e dinheiro assumiram os cargos de administração.

Isso faz com que os dirigentes pensem mais na atual conjuntura de sua equipe, deixando de lado a formação de novos atletas. Para Grego, não há gente que ensine esporte no Brasil, visto que há poucos investimentos e o esporte nas escolas, lugar de formação de atletas por essência, fica restrito a maus treinadores. A máfia do esporte, no Brasil, foca-se apenas no presente, e, desse jeito, o desenvolvimento do esporte nacional fica ameaçado.

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