ISSN 2359-5191

25/06/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 61 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Estrelas em simbiose ajudam no estudo do universo

São Paulo (AUN - USP) - Há muitas estrelas que, na imensidão do espaço, vivem aos pares em relações de total integração. Olhar para esses sistemas duplos é descobrir verdadeiros laboratórios naturais para se estudar o universo. Evolução estelar, composições químicas e processos de transferência de massa são alguns dos temas em que esses sistemas ajudam no entendimento.

As estrelas que vivem em sistemas binários (ou duplos) são chamadas de estrelas simbióticas por analogia ao termo simbiose – usado na Biologia para designar a relação entre duas espécies diferentes que vivem associadas de forma muito íntima e vantajosa.

Os sistemas simbióticos são compostos por duas estrelas muito próximas que giram em torno de um centro gravitacional comum e que estão envoltas em gás ionizado. São elas: uma gigante vermelha – estrela muito grande, fria (em relação à maioria das estrelas), que já se encontra próxima ao fim do processo evolutivo estelar – uma estrela muito quente e compacta como uma anã branca ou um núcleo de nebulosa planetária. A anã branca é o estágio final da vida de uma estrela como o Sol, por exemplo.

Segundo o professor Roberto Costa, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, uma estrela quente tão próxima a uma fria funciona como um maçarico que ioniza o material ejetado pela estrela maior, que passa a emitir radiação (na forma de linhas de emissão) que pode ser identificada e analisada.

Por essas linhas consegue-se estudar a composição química da estrela, já que cada elemento da tabela periódica emite uma radiação diferente - produz um conjunto de linhas espectrais característico. O espectro de um elemento (os tipos de onda que ele irradia) é como sua impressão digital.

Como estão muito próximas e gravitacionalmente unidas, as estrelas de um sistema binário interagem de forma muito peculiar, podendo até existir transferência de massa da gigante vermelha para a anã branca. Quando isso ocorre, cria-se um fluxo de matéria da primeira para a segunda estrela. Em seguida, forma-se um disco de acresção de massa em torno da anã branca.

Se há perda contínua de matéria, há o que chamamos de ventos estelares. O choque dos ventos das duas estrelas é um acontecimento muito energético, que pode ser visto na forma de emissão de raios X. Observando as estrelas simbióticas, pode-se estudar a física, a dinâmica de funcionamento dos discos de acresção e dos ventos estelares.

Os sistemas simbióticos são verdadeiros laboratórios de evolução estelar, já que permitem o estudo de duas estrelas em diferentes fases da vida de um astro. Ajudam no conhecimento tanto da evolução dos sistemas binários como das estrelas isoladas.


Para visualizar a simulação da perda de massa de uma gigante vermelha para uma anã branca, veja a imagem: http://img87.imageshack.us/img87/8404/060719ophiuchinova02bv5.jpg.

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