ISSN 2359-5191

25/06/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 61 - Saúde - Instituto de Biociências
Longe do oriente, comer alga é hábito comum

São Paulo (AUN - USP) - Quem come alga? A primeira resposta pode ser negativa, mas o uso de algas na alimentação, longe de estar restrito aos países orientais, constitui um mercado emergente que movimenta US$ 3 bilhões todo ano. Encontradas em alimentos que vão desde as cervejas até o tradicional sushi, essas plantas ganham consumidores em busca de uma alimentação equilibrada.

Segundo a professora Fungyi Chow, do Instituto de Biologia da USP, as algas são saudáveis porque carregam consigo uma grande quantidade de proteínas, aminoácidos, sais minerais e vitaminas ao custo de um baixo teor calórico e de gordura. Mesmo assim, o consumo por quem não tem o hábito de ingerir o alimento deve ser moderado: as algas possuem paredes celulares grossas que podem causar problemas ao serem digeridas. Segundo ela, os povos orientais, que consomem o produto em abundância, não correm o mesmo risco, já que possuem a flora intestinal adaptada para esse tipo de digestão.

Os primeiros a utilizarem as algas em sua dieta foram os chineses, que conhecem as plantas desde o ano 300 a.C. No ocidente, antes do uso se tornar difundido (desde 1984, o consumo aumentou 119%), as algas eram coletadas na Europa para serem utilizadas como ração animal, adubos e fonte de sal. Os astecas, na América, consumiam a Spirulina, uma microalga azul rica em proteínas. Entre os povos litorâneas, além dos peixes e moluscos, também era comum o consumo dessas plantas.

Hoje, elas correspondem a 20% da dieta diária da população do Japão, a que apresenta o maior consumo. Além de temperos, acompanhamentos, saladas e sopas, as algas constituem vários outros alimentos de uso popular, como gelatinas, ketchup, hambúrgueres e alimentos dietéticos. Segundo Fungyi Chow, esse uso amplo é devido a um substrato encontrado nas microalgas, os ficocolóides, que são utilizados como aditivos, para dar viscosidade aos alimentos. Nas cervejas, por exemplo, são os responsáveis pela consistência, transparência e espuma.

Entre os obstáculos que fazem do uso de algas in natura um hábito muitas vezes excêntrico, a professora elenca a falta de informação e o gosto controverso. Segundo ela, algumas espécies são tóxicas, o que gera uma compreensível apreensão, agravada pelo fato de a maior parte dos produtos vir embalada em idiomas orientais. Quanto ao sabor, Fungyi admite que algas não tem gosto nenhum. “É como macarrão, depende do molho”, ameniza.

Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br