São Paulo (AUN - USP) - O livro é sempre lembrado como uma das grandes invenções da humanidade. São poucos, no entanto, os que se lembram que alguém teve a simples, mas genial, idéia de colocar números no canto de cada página, de forma que as pessoas trocassem informações visualizando a mesma imagem. Hoje vivemos trocando páginas, que agora são lidas na tela do computador. Com um volume muito maior de informações produzidas diariamente, precisamos saber processá-las de forma criativa, sugere o jornalista Marcelo Tas em palestra na Escola Politécnica, da USP.
Um estudo da Universidade de Berkeley revela que, somando o volume de informações produzidas em 2000 e 2003, o resultado obtido será superior à produção de informação em toda a história antes de tal período. Além de uma maior circulação de informações, as novas tecnologias (Internet, celular, mp3, entre outras) são interativas, proporcionando outro tipo de experiência ao usuário.
As informações precisam ser tratadas de forma criativa para serem bem aproveitadas neste contexto. Para o palestrante, a Wikipédia é um bom exemplo de como fazê-lo, pois soube as adequar ao cenário das novas mídias digitais. Trata-se de uma enciclopédia virtual produzida pelos próprios internautas. Ao mesmo tempo em que dá liberdade e voz ao usuário, este fica incumbido também de controlar o que é produzido por outros usuários. A idéia fez sucesso: hoje oferece verbetes para o mais variados assuntos em diversos idiomas.
“Precisamos olhar de maneira criativa para a informação”, afirma o palestrante a respeito de tal cenário. A Wikipédia, uma enciclopédia virtual construída pelos próprios internautas, é um exemplo de como fazê-lo: ela dá liberdade ao usuário, mas também lhe incumbe a tarefa de controlar o que é publicado.
Segundo Marcelo Tas, que possui um blog de sucesso entre os internautas, ainda há muito a ser descoberto nos novos meios de comunicação, mas nós, nem a mídia, estamos preparados para isso. Os jornais, por exemplo, pouco se adaptaram à situação, com receio de mudar e serem criativos. Por esta razão, alguns veículos, como a Carta Capital, têm mais audiência nos blogs de seus jornalistas do que com o próprio impresso.
O público também não está ainda totalmente adaptado a essa situação, uma vez que se acostumou à simples absorção de conhecimento, inibindo a criatividade. Para se adequar às possibilidades que as novas tecnologias de comunicação oferecem, é preciso se livrar de preconceito e de uma mentalidade conservadora. Assim, a criatividade ganha espaço para se manifestar e colaborar para o crescimento individual ou da uma empresa.