São Paulo (AUN - USP) - Ter um filho pode ser o momento mais feliz da vida da mulher. Porém, ainda que seja um momento muito esperado e recompensador, às vezes também pode ser uma fase difícil e estressante. Por isso, o Instituto de Psiquiatria, do Hospital das Clínicas da USP, dispõe de grupos de tratamento para depressão pós-parto. O grupo é aberto para mulheres de 18 a 36 anos, que tenham dado à luz há no máximo seis meses. O tratamento utiliza uma técnica moderna de estimulação magnética transcraniana, EMT, que funciona por meio de campos magnéticos que atuam em determinadas regiões do cérebro.
No período de gravidez e após conceber o bebê, acontecem várias mudanças físicas e emocionais na mulher, as quais podem deixá-la triste, ansiosa, confusa, com medo, chorona, irritada, com insônia ou sonolência excessiva. A sensação de insuficiência e incapacidade pode aparecer numa época especial e trabalhosa, na chegada do bebê. Nessa situação, a mãe tem pensamentos fixos de que é incapaz de cuidar de seu filho. Sendo assim, ela se culpa por dar trabalho a outras pessoas e por não conseguir gostar do bebê como deveria ou gostaria. Além disso, as pessoas esperam que a mamãe esteja muito feliz nessa fase da vida, porém isso não acontece durante a depressão pós-parto.
Existem alguns fatores que podem desencadear a depressão como falta de suporte emocional, familiar e social; acontecimentos negativos durante a gravidez ou próximos ao parto; gravidez não planejada ou não desejada; dificuldades conjugais; depressões anteriores; histórico de depressão na família; ataques de pânico na gravidez; bulimia ou anorexia.
Alguns alimentos têm uma base científica na prevenção de depressão. O Omega 3 tem um trabalho leve antidepressivo e está presente em peixes, grãos e folhas verdes. Mas é necessário saber que os alimentos surtem efeitos benéficos apenas para quadros clínicos leves. Tratamentos alternativos também são recomendados como complementos. Acupuntura, meditação e yoga, costumam diminuir a ansiedade e são exercícios com base científica estabelecida.
O tratamento oferecido pelo Instituto de Psiquiatria é indolor, não produz efeitos colaterais, não necessita de anestesia e oferece segurança tanto para a mãe quanto para o bebê, dado que evita a exposição aos psicofármacos que podem ser absorvidos pelo leite materno. Logo, garante à mãe a possibilidade de seguir amamentando seu bebê.