ISSN 2359-5191

22/07/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 76 - Meio Ambiente - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Manual visa orientar delegados nos crimes ambientais

São Paulo (AUN - USP) - A Academia de Polícia de São Paulo (Acadepol-SP) está elaborando em seu Núcleo de Estudos do Meio-Ambiente um manual de polícia judiciária para o atendimento dos crimes ambientais. Esse é um importantíssimo passo para o combate das diversas infrações contra a natureza que se praticam no Brasil.

O manual abordará diversos delitos ambientais, desde a poluição até aqueles contra a flora e a fauna. “Esse manual visa esclarecer quais os procedimentos que os delegados devem fazer no caso de crimes contra a natureza, como chamar um perito veterinário para identificar a espécie exata de um animal, no caso de um crime contra a fauna, por exemplo”, afirma a médica veterinária Elza Fernandes Marlet, professora da Acadepol-SP e mestranda da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP.

Apesar dos esforços no sentido de reduzir os crimes ambientais, os médicos veterinários não têm dado muita atenção à medicina veterinária legal. Os profissionais dessa área são os principais responsáveis por averiguar os delitos praticados contra a natureza. Isso sem falar na parte de vigilância sanitária. Toda a parte de alimentos, em especial aqueles de origem animal, é de responsabilidade desse profissional. Isso tanto no campo, como na indústria de alimentos. “Na área industrial os médicos veterinários estão perdendo muito mercado de trabalho para outras disciplinas como os engenheiros de alimento. Eles estão abraçando uma área que nós veterinários não estamos”, conta

De acordo com Elza, além do pequeno número de profissionais, o Brasil ainda tem diversos fatores que colaboram para a ocorrência de crimes ambientais. O tráfico e o cativeiro de animais da fauna silvestre estão entre os delitos mais comuns. Além das amplas fronteiras, os problemas sociais também acabam colaborando com essas práticas: “Quem preda o animal da natureza, muitas vezes é um coitado que não tem outra forma de vida e retira aquele espécime da natureza por alguns centavos”, afirma. Para a veterinária, seriam necessários grandes investimentos para reduzir o impacto dessas práticas: “No campo social, para reduzir os contrastes e a miséria e, no campo policial, para aumentar o contingente”.

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