São Paulo (AUN - USP) - O trabalho de conclusão de curso do aluno Cesar Albornoz, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), estuda a possibilidade que duas pessoas estabeleçam contato visual através de uma parede usando um aparato de acrílico espelhado.
O experimento é composto por três pranchas de acrílico espelhado, duas delas colocadas num ângulo de 45 º com o horizonte fazem a vez de “espelhos”, são nessas pranchas que visualizamos o outro lado da parede; a outra placa está em ângulo reto, presa a viga da cobertura do edifício e serve de transporte para as imagens refletidas, e também como suporte para a estrutura do aparato.
A FAU é projetada como um espaço aberto e integrado, que possibilita a visão ampla, e, portanto, o encontro com o outro, favorecendo o diálogo. Para Cesar, “o arquiteto é o responsável por definir o que é aberto, o que é fechado. Define corredores, trajetórias. O arquiteto também define a orientação do olhar daquelas pessoas que ocupam o espaço. Entendido desta forma, o arquiteto pode viabilizar o encontro ou o seu contrário: o arquiteto pode optar pelo desencontro.”
A parede em questão é a do Ateliê Interdepartamental, onde ficam as secretarias dos departamentos e é um dos poucos lugares fechados do edifício. O Experimento quebra esta lógica da reclusão e abre o espaço para os olhos reconhecerem tanto o local como os ocupantes dele. Segundo Cesar, “o espaço não existe sem as pessoas” e por isso o estudo do espaço deve levar em conta as relações que ele poderá suscitar naqueles que o utilizam.
As peças foram executadas no Laboratório de Modelos e Ensaios (LAME) e as vigas foram concretadas no Canteiro Experimental da FAU. O trabalho foi orientado pelo prof. Vicente Gil Filho.