São Paulo (AUN - USP) - Um projeto coordenado por Davi Everson Uip, professor do Departamento de Moléstias Infecciosas, da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) conseguiu diminuir de 45% para 2,4% a transmissão vertical, ou seja, transmissão do vírus HIV de mãe para filho em Angola. Há seis anos, o projeto trabalha para diminuir a ocorrência de AIDS no país africano.
O esforço inicial foi para que se levassem as mulheres para as maternidades. Em 2002, apenas 40% das mulheres tinham o parto no hospital. Os médicos e estudantes de Medicina brasileiros agiram em três maternidades em Ruanda, capital do país. Conseguiram, então, fazer com que as mães fossem para os hospitais, assim como seguissem um exame pré-natal e não amamentassem as crianças com os próprios leites, infectados. Foi através dessas pequenas ações que o número caiu vertiginosamente.
David conta que foi convidado, em 2002, por José Eduardo dos Santos, presidente da República de Angola, para usar o modelo da Casa da AIDS em prol da luta contra a doença no país africano. Além do sucesso do modelo aqui no Brasil, o Governo angolano levou em conta o fato de os profissionais falarem a mesma língua que no país: o português.
No começo, a equipe era relativamente pequena, tinha um pouco mais de 30 profissionais.Segundo David, em 2005 já tinham mais de 50 profissionais atuando no país. Além de todas as ações entre as mulheres, o projeto também agiu na capacitação de médicos angolanos e na melhora das condições dos próprios hospitais angolanos.
Dessa forma, para David, houve uma verdadeira comunhão entre os africanos e os brasileiros. Ao levar estudantes qualificados para Angola, faz com que os profissionais de lá aprendam um pouco mais sobre o exercer da Medicina. Ao trazer tais estudantes de volta para o Brasil, faz com que existam médicos infectologistas mais preparados para cuidar dos soropositivos aqui.