ISSN 2359-5191

04/08/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 84 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Pesquisa melhora a durabilidade do reparo de estruturas de concreto

São Paulo (AUN - USP) - O Grupo de Pesquisa de Materiais e Componentes de Construção Civil, da Escola Politécnica da USP, está desenvolvendo um estudo que visa ao aumento da durabilidade dos projetos que recuperam estruturas de concreto armado. A intenção é oferecer suporte não apenas às obras, mas, também, às indústrias do setor de construção, para que elas consigam desenvolver produtos de reparo que apresentem maior compatibilidade com o concreto.

Uma obra deteriorada exige a remoção das estruturas antigas e o emprego de novos materiais, que reproduzam a maioria das características originais. Essa exigência se torna mais rigorosa de acordo com o porte e o valor histórico da construção. Para evitar problemas, como corrosão, e contribuir para a durabilidade desse trabalho de recuperação, é necessário conhecer os materiais de reparo, sobretudo, no que diz respeito à compatibilidade eletroquímica.

Na década de 90, foram feitos vários estudos nessa área, mas eles não renderam conclusões aplicáveis para a realidade das obras, porque não consideraram a dificuldade em se transferir análises laboratoriais muito complexas para o campo. O trabalho realizado pela Escola Politécnica tenta superar a lacuna deixada por esses estudos mais antigos. “Estamos desenvolvendo um método muito simples, com tecnologias baratas, que possa ser aplicado por laboratórios que queiram vender um bom serviço de especificação dos materiais de reparo”, explicou Sílvia Selmo, coordenadora da pesquisa.

Além disso, o estudo se preocupa em utilizar equipamentos que sejam de maior domínio técnico dos engenheiros civis. A maioria desses profissionais não apresenta, na abordagem das características eletroquímicas dos materiais, a mesma facilidade que possui para discutir as propriedades físicas e mecânicas dos produtos. Essa carência existe, sobretudo, no reparo de obras de engenharia trivial, pois, quando se trata da recuperação de construções de grande porte, como pontes e viadutos, contratam-se as empresas mais gabaritadas e recorre-se à consultoria internacional. “Estamos desenvolvendo um trabalho mais direcionado para a média do mercado”, esclareceu Sílvia.

As atividades da pesquisa vão desde testes com os materiais de reparo até o desenvolvimento de metodologias para a inspeção de obras que precisam de reformas estruturais. Esta última já se encontra bastante desenvolvida e tem, como principal desafio, propor maneiras mais sintéticas de se apresentar o diagnóstico. Normalmente, relatórios de avaliação de obras são muito extensos e, por isso, pouco aproveitados por aqueles que, efetivamente, realizarão as reformas. “Quem fez a inspeção fica com uma ótima visão daquilo que precisa ser feito, mas aquele que não acompanhou esse trabalho, não quer ler um relatório de 200 páginas”, afirmou Sílvia.

No Brasil, o mercado de reparo de obras, com problemas de durabilidade, é pouco desenvolvido. A Europa também possui normas muito recentes, nesse campo, e apresenta grande interesse em pesquisas que estudam a compatibilidade de materiais de reparo, como a desenvolvida na Escola Politécnica. Segundo Sílvia, a comunidade européia ainda não alcançou, nessa área, as respostas que a pesquisa brasileira já conseguiu.

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