ISSN 2359-5191

04/08/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 84 - Educação - Faculdade de Medicina
Casa da AIDS consegue unir o ensino com a prática da Medicina preventiva

São Paulo (AUN - USP) - O Grupo de Prevenção, pertencente à Casa da AIDS, que faz parte do Complexo do Hospital das Clínicas (HC), preocupa-se em atender os pacientes que chegam sem diagnóstico, ou seja, aqueles que esperam os resultados do exame, além de dar apoio aos soropositivos.É dirigido pela professora da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), Singrid de Sousa dos Santos.

Segundo Singrid, a presença de estudantes de Medicina e de Psicologia na Casa da AIDS, e no Grupo de Prevenção é essencial. O “uso da estrutura (da Casa) para a prática do ensino” é uma das principais ferramentas da Casa para a FMUSP. A professora aponta que apenas dar aulas não adianta, já que o profissional que lida com doenças como a AIDS precisa ser multidisciplinado.

A entrada dos pacientes, segundo ela, é fácil. A pessoa entra na Casa, faz um registro, os médicos atendem antes que ela faça o teste, existem oficinas de prevenção antes de a pessoa saber do resultado dos exames e, depois, com o resultado, vem o atendimento médico em conjunto com atividades em grupo, para ajudar o paciente a aceitar o resultado. Positivo ou negativo, o resultado costuma preocupar aqueles que chegam na Casa.

Existem problemas com relação aos diagnósticos. Singrid afirma que muitas pessoas chegam na Casa com o diagnóstico errado: o teste de HIV pode ter resultados errados. Tais pessoas , mesmo sem ter o HIV, precisam de um acompanhamento psicológico e terapêutico. A perspectiva de se ter AIDS ainda não é bem aceita pela maioria da população, apesar de ser uma doença tratável, porém sem cura, assim como muitas outras doenças , aponta Singrid.

Singrid afirmou que há três passos no trabalho que faz com as pessoas que chegam na Casa: o ato da pessoa solicitar o diagnóstico, a espera por ele, e a revelação do mesmo. Ela apontou que os dois primeiros processos são muito mais importantes que a revelação em si: se uma pessoa está preparada para ter a doença, ela reagirá bem. Uma curiosidade que Singrid mostrou, é que há problemas nos chamados “testes rápidos” de HIV. Porque são feitos no mesmo dia, não dão tempo para a pessoa passar pelo estágio da espera, em que se pondera sobre as possibilidades de viver com a doença, ou sem ela.

Por fim, Singrid mostrou que o Grupo de Prevenção se mostra eficiente quando consegue mostrar o lado social da doença.A AIDS não é apenas uma doença individual, ela envolve os outros, a convivência e o preconceito. Quando a pessoa entra na Casa da AIDS, ela estará sujeita a vários tratamentos, nem sempre médicos. Ás vezes, elas só precisam ser escutadas, aponta Singrid.

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