ISSN 2359-5191

16/09/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 85 - Sociedade - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Professor comenta Patrimônio Cultural restaurado pela USP

São Paulo (AUN - USP) - O prédio onde está instalada a pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP é de extrema importância para a história da Arte de São Paulo e está sendo restaurado há mais de 15 anos. A vila Penteado, como ficou conhecida por abrigar a família do conde Antônio Álvares Leite Penteado e de seu genro Antônio Prado Junior, foi construída no ano de 1902, pelo arquiteto sueco Carlos Eckman e doada para a USP em 1948.

O estilo Art Nouveau do edifício localizado no bairro de Higienópolis se destaca ainda hoje pela singularidade, de acordo com o professor da FAU Roberto Righi, “O exterior é discreto, porém seu interior apresenta forte manifestação do Art Noveau vienense. A espacialidade do conjunto impressiona por sua generosidade e articulação conseguida a partir de um saguão finamente decorado em madeira, que configura os balcões e principalmente a escada principal”.

O professor também chama a atenção para o caráter de documento histórico da Vila Penteado, como os murais de arte, concretizados pelo pintor Oscar Pereira da Silva, que retratam o desenvolvimento na produção têxtil brasileira. Na decoração, “os frisos, barras, molduras e medalhões que representam elementos da natureza e da atividade rural brasileira, tais como: begônias, melindrosas e o café. Tudo isto se refere diretamente à atividade cafeeira e de produção de sacaria do primeiro proprietário, Antônio Leite Penteado, sinais do entrelaçamento da agricultura e a indústria em sua atividade empresarial sincrônica com a formação econômica paulista”.

Righi comenta que o prédio sofreu muitos danos, “Infelizmente na época da instalação da Faculdade de Arquitetura em 1948, recém-criada na Escola Politécnica da USP, os responsáveis não avaliaram a importância do patrimônio cultural presente no edifício. Provavelmente imbuídos do ideário modernista, movidos por uma praticidade excessiva e um pouco caso com a história recobriram as pinturas decorativas com tinta monocromática, numa atitude que hoje seria no mínimo reputada como insana”.

Para ele, a avaliação do restauro que o prédio vem sofrendo desde o início da década de 90 é positiva “ocorreu um cuidadoso e extremamente responsável trabalho de restauro, capitaneado por professores da própria faculdade, especialmente do Departamento de História e Teoria. O resultado alcançado é fantástico, diante dos recursos escassos e intermitentes, próprios da administração pública brasileira.”

Roberto Righi, ainda, destaca a biblioteca da edificação que segundo ele “constitui um exemplo de convivência do antigo e o novo, na linha de projeto de Carlo Scarpa. Suas instalações moderníssimas em aço e vidro dialogam esplendidamente com pinturas históricas".

E finaliza, alertando sobre a importância do patrimônio e da continuação do processo de restauro, “para alguém que está fora do processo parece que ela não está terminada, pois em alguns aposentos há apenas a prospecção feita, aguardando para o futuro o término do trabalho. Porém esta foi à maneira encontrada para dar um fim, provisório, à empreita. Seu prosseguimento é necessário.”

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