São Paulo (AUN - USP) - O projeto editorial “Pioneiros & Empreendedores – A saga do desenvolvimento no Brasil” ganhará um museu itinerante. O anúncio foi feito em seminário realizado recentemente na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP pelo idealizador da obra, professor Jacques Marcovitch. O evento discutiu como as instituições museológicas estão tratando a memória empresarial e as responsabilidades das empresas nesse processo.
Para Marcovitch, o museu deve levar de 12 a 15 meses para sair do papel e seu financiamento contará com recursos da Lei Rouanet e da iniciativa privada. O professor salienta que as estimativas de custos ainda estão sendo elaboradas e que o maior desafio a ser enfrentado é “atrair e reter os melhores profissionais no delineamento e execução do projeto”.
Idealizado em 2001, “Pioneiros & Empreendedores” tem por objetivo contar a partir da análise da trajetória de empresários ou famílias de empresários a saga do crescimento econômico brasileiro. Três livros foram lançados pela Editora da USP - Edusp (2003, 2005 e 2007) e as obras acabaram se tornando reconhecidas nacional e internacionalmente ao preencher uma lacuna dos estudos da Historiografia econômica do país.
De acordo com o professor, a idéia de uma exposição começou a se materializar em 2005. Ele explica que ao lado dos livros publicados e de um portal em funcionamento na internet, o museu abrirá um novo ciclo de trabalhos em que pesquisas documentais, acervos institucionais e produção multimídia serão articulados com vistas a aproximar a pedagogia empreendedora de um público ainda mais amplo, em especial, o segmento infanto-juvenil e universitário.
“Cada um dos empresários estudados tornou-se um personagem exponencial que ajudou a forjar o sonho brasileiro de desenvolvimento e o objetivo do museu será influir nas mentalidades dos jovens e ajudá-los a construir um projeto de vida onde o valor do empreendedorismo apareça. Queremos criar um lugar de construção de conhecimento em que a visão de futuro, a sensibilidade estratégica e a capacidade de inovação dos pioneiros despertem a vontade de empreender”, afirma Marcovitch.
A proposta museológica foi desenvolvida pela professora Maria Cristina Bruno do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP. Segundo ela, cinco preocupações básicas foram levadas em conta na execução do trabalho: preservação da memória empresarial, identificação do perfil pioneiro, abordagem transversal em relação à história do Brasil, sensibilização da juventude ao legado recebido e o desenvolvimento de um olhar crítico em relação a essas questões.
“A estrutura que propusemos é a de uma exposição interativa e itinerante a fim de que a mensagem da valorização da memória do empreendedorismo pioneiro seja levada para diferentes regiões do país. O roteiro expositivo colocará os visitantes em contato com a biografia dos empresários, com a história do país, mostrará os caminhos que eles percorreram até o sucesso, apresentará os problemas comuns que enfrentaram, as decisões tomadas para superar obstáculos e, através de ações educativas e do acesso à informação, tentará estabelecer uma relação entre o pioneirismo e o nosso futuro”, destaca Maria Cristina.