ISSN 2359-5191

23/09/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 90 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Matemática e Estatística
Governos Federal e Estaduais são entraves para adoção de software livre

São Paulo (AUN - USP) -Na abertura do Terceiro Circuito Paraná de Software Livre, o diretor da Companhia de Informática do Paraná (Celepar), Cláudio Crosseti Dutra, responsabilizou nossos governantes pela dificuldade de implantação do software livre. Um exemplo disso foi a recente obrigatoriedade do sistema operacional Windows e do Internet Explorer para receber agilizar a restituição do imposto de renda. Atualmente, o Windows não se faz mais obrigatório para a declaração do imposto, mas de acordo com o diretor, inúmeros outros programas governamentais, especialmente os federais, exigem esse sistema operacional.

O evento em que essas declarações foram dadas ocorreu recentemente no Instituto de Matemática e Estatística (IME- USP). O objetivo foi promover a troca de experiências sobre o uso e o desenvolvimento de programas de experiências sobre o uso e desenvolvimento de programas de código aberto e mostrar as possibilidades de trabalhos cooperados. O circuito está ocorrendo em nove cidades brasileiras e se encerra em 20 de setembro, na Universidade Tecnológica do Paraná, em Curitiba.

A responsabilidade do Governo Federal vai muito além do binômio obrigatoriedade/possibilidade. Para os técnicos da Celepar, o país poderia ter adotado e disponibilizado os produtos aqui desenvolvidos para outros estados, de modo a promover integração e desenvolvimento tecnológico.

O desenvolvimento viria pois o software livre favorece e estimula o produto e a criação nacional. De um lado, aumento e valorização da inovação tecnológica. E do outro, do lado das empresas e das administrações públicas, ocorreria um barateamento dos custos e maior aproximação, de cada aplicativo, das necessidades de cada consumidor.

Um exemplo dessa integração é o software Expresso, software livre desenvolvido pela Celepar. Os estados de Sergipe, da Bahia e do Paraná já utilizam, aprimoram e trocam informações sobre o programa. A empresa não exige nenhuma contrapartida financeira, apenas o crédito autoral.

Um software é considerado livre quando ele dá ao usuário a possibilidade de executar o programa, para qualquer propósito; de estudar como o programa funciona (código-fonte) para adaptá-lo para as suas necessidades. Também é dada ao usuário a liberdade de redistribuir cópias, inclusive com as adaptações que ele mesmo realizou.

Segundo o professor do IME, Fábio Kon, o instituto já tem 15 anos de uso e apoio ao software livre. A intenção agora é fazer crescer essa relação, com a criação de um centro para esse fim específico. O que vai de encontro ao aumento do uso do software livre, que já vem ocorrendo no Brasil – entre 10 e 15% ao ano, frente ao crescimento de 5% do PIB. O software livre cabe perfeitamente no tripé que se baseia a Universidade Pública: ensino, pesquisa e extensão. O IME pretende, quanto ao ensino, ministrar disciplinas que tratem do assunto; quanto à pesquisa, estimular a criação de novos produtos; e quanto à extensão, oferecer cursos que supram lacunas existentes no mercado.

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