ISSN 2359-5191

24/09/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 91 - Saúde - Instituto de Ciências Biomédicas
Proteína enigmática pode curar câncer e AIDS

São Paulo (AUN - USP) -A proteína eIF5A (fator de início de tradução de eucariotos 5A) é conhecida pelo meio científico como enigmática, já que foi descoberta apenas nos anos 70 e até hoje pouco se sabe a seu respeito. Um dos estudos feitos sobre ela é do pós-doutorando Augusto Ducati Luchessi, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP.

A proteína, que pode ser a cura para o câncer e a AIDS, é feita a partir de um aminoácido chamado de hipusina, e resulta de uma via boiquímica chamada hipusinação. Esse processo consiste em uma transformação enzimática de um resíduo específico do aminoácido lisina em hipusina As pesquisas de Luchessi demonstram que qualquer inibição nesse processo causa a inibição da proliferação de diferentes células tumorais.

Isso significa que a inibição da hipusinação pode ser um tratamento para o câncer sem a utilização de nenhum tipo de radiação. “Mais ainda não podemos afirmar com certeza, já que precisamos fazer testes com animais”, afirma o pesquisador. Da mesma forma, a aceleração do processo pode ser a cura para a AIDS. “Uma super-produção de eIF5A pode, em teoria, acabar com o vírus dentro do corpo humano”.

O pesquisador já apresentou o seu trabalho em diversos lugares, incluindo um evento da área na UNESP. Para ele, o maior empecilho para a continuidade de seu trabalho é conseguir fazer os experimentos em animais, já que isso não é possível dentro do ICB. “Seria ótimo fazer teste de supre-produção da proteína em uma série de ratos, inibir em outros e não fazer nada numa terceira série. As descobertas podem ser surpreendentes”, comenta Luchessi.

Até agora, ele pode afirmar com certeza que a eIF5A está envolvida com importantes aspectos da fisiologia cerebral. Dentro das suas atuais pesquisas, ele provou, em estudos com ratos recém-nascidos, adultos e idosos, que os recém-nascidos apresentam 75% menos eIF5A que os adultos.

Esse dado indica um alto requerimento de eIF5A no período neonatal (época de desenvolvimento do encéfalo). Assim, confirma-se que a proteína está associada ao processo de envelhecimento cerebral e controle da memória motora.

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