ISSN 2359-5191

25/09/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 92 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Prefeitura de Lyon adota projetos de despoluição acústica
Custo social da poluição sonora equivale de 2% a 3% do PIB do país, onerando governo e população

São Paulo (AUN - USP) -A poluição sonora em Lyon pode estar perto do fim. O governo de Grand Lyon tem implementado em suas políticas ambientais e projetos urbanos tecnologia desenvolvida pela associação Acoucité – Observatório do Ambiente Sonoro de Grand Lyon – para diminuir o ruído produzido nos prédios e em estruturas urbanas. A adoção dessa política pública segue determinação da União Européia para que seus membros diminuam a poluição sonora de suas cidades.

A prefeitura da cidade reurbanizou o entorno do rio Rhône para criar uma área de lazer e convívio social. O projeto incluiu um revestimento de concreto com tecnologia desenvolvida pela Acoucité que diminui a propagação de ruídos produzidos em sua superfície.

Isso foi colocado por durante palestra de Bruno Vincent, membro do observatório, na Escola Politécnica da USP recentemente na ocasião da “1ª Journey of Mobility Acoustics”, evento que teve como mote a troca de experiência entre profissionais do ramo. Ele afirmou que o custo financeiro de se implementar uma obra com proteção acústica custa 20% a mais do que uma sem essa preocupação. “Mas, se depois você quiser corrigir a obra porque a acústica não é adequada, vai custar o dobro”, afirma Vincent.

O custo financeiro maior também é compensado com a diminuição do custo social da poluição acústica. Entre as doenças decorridas do ruído constante estão insônia, estresse, dificuldade de aprendizado, dor de cabeça, dor de estômago, problemas digestivos, complicações cardiovasculares e, inclusive, impotência sexual. Essas doenças decorrentes da poluição sonora sobrecarregam o atendimento público de saúde e correspondem a um custo social muito grande, “em termos de 2% a 3% do PIB do país”, indica o pesquisador do observatório.

No entanto, as políticas ambientais ainda privilegiam a questão da poluição do ar, pois as doenças decorrentes desse problema matam mais rapidamente do que as decorrentes do ruído constante. Para Vincent, “não significa que só porque não se morre disso é que se deve passar sua vida convivendo com isso”. “Investir em despoluição acústica é investir em melhoria da qualidade de vida”, completa. Após 20 anos de pesquisas, ele afirma que sua maior conquista foi convencer as autoridades de que as políticas ambientais devem considerar o som como uma dimensão importante.

O financiamento de pesquisas da associação Acoucité, que realiza estudos e projetos na área sonora, é bancado por órgãos e instituições governamentais principalmente do estado de Grand Lyon, e custam aos cofres públicos 300 mil euros por ano. Segundo Vincent, há troca de experiências entre pesquisadores de outros países, como de Portugal, Espanha, República Tcheca, e Bélgica.

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