ISSN 2359-5191

30/09/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 95 - Saúde - Faculdade de Saúde Pública
Falta de docentes dificulta ensino de homeopatia

São Paulo (AUN - USP) -A falta de professores de medicina homeopata cria entraves para o ensino da matéria em algumas universidades brasileiras. O assunto foi tratado durante o Congresso Brasileiro de Homeopatia, que ocorreu recentemente em São Paulo. Em alguns casos um docente não homeopata é obrigado a assinar como responsável pelas aulas, pois não há acadêmicos para comandar a matéria.

Na Faculdade de Medicina da USP, Milton de Arruda Martins, que não é homeopata, é um dos responsáveis pela disciplina Fundamentos da Homeopatia. Em outros locais, como a Universidade Federal de Uberlândia, o fenômeno se repete. Segundo Martins, uma das causas do problema é a homeopatia não ter tradição acadêmica. Ela se desenvolveu basicamente nos consultórios e na relação médico paciente, fora dos ambientes universitários e agora tenta entrar.

Ainda segundo Martins, o problema não está só na graduação. As pesquisas em homeopatia também costumam apresentar dificuldades, pois muitas vezes testam apenas os medicamentos e deixam de lado a terapia homeopática e a relação médico paciente. Para ele, a solução é investir na formação de pesquisadores homeopatas.

A coordenadora da área de Homeopatia da secretária de Saúde do Espírito Santo, Ana Rita Novaes, também aponta a falta de homeopatas. Segundo dados federais há apenas dois médicos homeopatas, ambos em Minas Gerais, inscritos no programa de saúde da família. Para Ana Rita, entrar neste programa, é importante para a homeopatia atingir uma maior parte da população.

No país todo o SUS conta com 710 médicos homeopatas e os estados de São Paulo e Rio de Janeiro concentram mais da metade dos profissionais. E apenas 6% dos municípios brasileiros possuem farmácia homeopática, o que dificulta o acesso aos medicamentos e impossibilita o tratamento dos pacientes.

Nos últimos oito anos o governo federal investiu mais de R$11 milhões em homeopatia, mas o número de consultas continua estável. No ano passado foram R$2 milhões para a realização de 312 mil consultas, número considerado muito próximo da média dos anos anteriores, de 300 mil consultas/ano. Para Ana Rita, a solução é “sair desse isolamento que a gente (homeopatas) se coloca e buscar uma abertura”.

O médico homeopata Ruy Tanigawa concorda com ela. Membro do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) ele aponta que o problema também passa pelos médicos. “Nós homeopatas nos fechamos em nosso mundo”, defende, apontando que isso vai de encontro aos princípios da homeopatia, que coloca uma visão integral do homem.

Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br