ISSN 2359-5191

30/09/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 95 - Economia e Política - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Professor de Arquitetura da USP condena realização de Copa do Mundo em São Paulo

São Paulo (AUN - USP) -A Copa do Mundo de 2014 será sediada no Brasil e a cidade de São Paulo será uma das principais sedes da competição. No estádio Cícero Pompeu de Toledo, mais conhecido como Morumbi, poderá ocorrer a partida de abertura ou a final do campeonato. Essa idéia, no entanto, é rejeitada pelo professor da USP Alexandre Delijaicov, do Departamento de Projetos da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo): “Foi um equívoco retumbante ter feito um estádio naquele ‘mar de morros’. A própria cidade de São Paulo nunca deveria ter crescido para aqueles lados”. Ainda segundo Delijaicov, o campo do São Paulo Futebol Clube, localizado em bairro nobre na Zona Sul da cidade, não tem nenhuma condição de ser palco do evento.

O principal fator que impede o Morumbi de ser considerado o local ideal para um jogo de Copa do Mundo é o acesso ao estádio. Como não há boas opções de linhas de ônibus, metrô ou trem para ir ao campo, o único meio de acesso disponível termina por ser o carro. A região, porém, tem ruas estreitas e curvas, além de muitas subidas e descidas e poucas vagas de estacionamento, o que dificulta o trânsito e o acesso ao estádio em dias de grandes eventos, como jogos de futebol ou shows.

De acordo com Delijaicov, outro local deveria ser escolhido para o futuro jogo. “Primeiro que o Morumbi, cercado de condomínios de luxo, não tem nada a ver com a tradição do futebol brasileiro. O estádio de São Paulo tem que ser na várzea”. O professor, que tem muito interesse pela preservação da identidade de São Paulo, aponta que estádios como o Palestra Itália, na Barra Funda, e o Canindé, na beira do rio Tietê, teriam melhores chances. “Eles estão em áreas planas de São Paulo, o que facilita o acesso de pedestres e ciclistas, além de estarem perto de estações de metrô. E ainda por cima são lugares que realmente fazem parte da cidade, que têm ‘cara’ de São Paulo”, completa.

Outra crítica de Alexandre Delijaicov é o fato de que o governo utiliza grandes eventos como pretexto para construir obras públicas inúteis. Segundo ele, a construção de novas malhas rodoviárias para tentar melhorar o acesso ao estádio do Morumbi é desnecessária. “Tem que haver muito investimento em linhas ferroviárias, para as partes da cidade que realmente precisam de um melhor sistema de transporte. É um erro ter um metrô de ‘quinta categoria’ na Zona Leste e uma avenida linda que leve só até o estádio”.

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