ISSN 2359-5191

07/10/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 99 - Economia e Política - Escola Politécnica
Construtoras investem em imóveis para classes média e baixa

São Paulo (AUN - USP) -Atualmente o Brasil tem um déficit habitacional que beira oito milhões de unidades. Quem sofre com essa falta de moradias são as classes média e baixa. Desde 2006, com o intuito de explorar essa fatia do mercado em crescimento, as construtoras têm investido pesadamente em imóveis que atenderão aos consumidores que se enquadram na classe C. Isso foi colocado por Cristina Caselli, em sua tese de Doutorado durante o VIII LARES na Escola Politécnica na USP.

A pesquisadora ainda afirma que com a geração de empregos e o salário mínimo mais alto, a classe média baixa brasileira passou a ter condições de financiar seus imóveis sem ajuda governamental. Hoje, o crédito facilitado alcança também as famílias que recebem, em média, até cinco salários mínimos por mês, o que incentiva as construtoras a investir nesse mercado ainda pouco explorado.

Segundo Caselli, “a reestruturação sócio-financeira pela qual passa o Brasil está modificando o mercado imobiliário; o que pode ser comprovado com o surgimento de diversas construtoras voltadas ao público com menor poder aquisitivo”. Esse mercado possui uma demanda muito grande, mas ainda é pouco explorado pelas empresas da construção. O mercado voltado para as classes A e B já está saturado, pois as construtoras atuam nesse nicho há muito tempo.

Ao procurar um imóvel, as famílias pertencentes à classe C buscam aqueles que possuem prestações compatíveis com seu orçamento. A classe média baixa acredita que, ao fechar negócio, “o custo inicial seja o ponto mais importante, mas ela também valoriza equipamentos de lazer”, diz Cristina.

Em meio a tantas exigências do mercado, a sustentabilidade dos imóveis começa a ganhar um pequeno espaço na lista de exigências dos compradores. Por esses imóveis terem um custo inicial maior, a classe C ainda não vê neles uma boa opção de compra. “O investimento inicial pode subir, mas os custos de manutenção diminuem muito. Falta ao brasileiro a cultura do longo prazo”, diz a doutoranda.

Os itens que dão ao imóvel o status de “sustentável” agregam valor às residências. Além de esses imóveis possuírem a vantagem de serem ambientalmente corretos, eles ainda podem ter aquecedor solar, reuso de água pluvial, temporizador nas torneiras, ventilação e iluminação natural. “Tudo isso é capaz de gerar um imenso benefício mensal, diminuindo os custos de manutenção e utilização do imóvel”, fazendo com que ele se enquadre de maneira eficiente nos padrões exigidos pela classe média baixa brasileira, conclui Cristina Caselli.

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br