São Paulo (AUN - USP) -A prática de exercícios físicos ajuda no combate à diabetes. E para analisar os efeitos desta prática, o professor Paulo Ramires, da Escola de Educação Física e Esportes da USP, foi ao II Congresso Nacional de Educação Física e explicou os tipos de diabetes existentes e como lidar com a doença. Entretanto, alertou que toda prática física deve ser controlada.
“O exercício físico é benéfico ao paciente. Mas ele deve conhecer os riscos durante esta prática”, comentou o professor. Ele apontou a hipoglicemia como ameaça. “O diabético toma uma dose de insulina calculada pelo médico. Durante o exercício, deve diminuir a quantidade”. A justificativa se dá devido à diminuição do nível deste hormônio no sangue e a potencialização de sua ação.
Esta redução da glicemia no sangue, por outro lado, varia de caso a caso. Por isso, Ramires afirma que o tratamento não é uma receita de bolo e que o auxílio do médico é fundamental. “É algo multidisciplinar. O professor de Educação Física não pode interferir na terapia de insulina. Seu trabalho está em decidir o quanto de exercício um determinado paciente pode praticar”.
Sobre os tipos de diabetes mellitus, como a doença é chamada entre os médicos, o docente explicou que há dois. A diabetes ‘tipo 1’, que caracteriza pacientes dependentes de doses exógenas de insulina, e a ‘tipo 2’. Nesta, a produção do hormônio é normal, porém o mesmo não age normalmente em seu organismo. “No segundo caso, a prática esportiva tem uma ação muito forte para melhorar o funcionamento do hormônio”.
A semelhança entre ambas se dá com as causas que ocorrem. Tanto diabetes do ‘tipo 1’ quanto do ‘tipo 2’, esta em maior escala, aparecem em pessoas com predisposição genética para tal. No entanto, o primeiro caso pode ocorrer também devido a uma forte virose. O segundo envolve sedentarismo, obesidade e alterações lipídicas.
O professor apontou ainda os sintomas mais comuns da doença. Os pacientes sofrem de sede excessiva. “Com a hiperglicemia, característica da diabetes, o rim aumenta a excreção de glicose para tentar combatê-la e elimina água junto. Os diabéticos ainda se alimentam mais que o normal. “As células não captam glicose e a pessoa tende a comer mais. Outros fatores apontados são fraqueza, tontura, visão turva e desânimo.