ISSN 2359-5191

08/10/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 100 - Economia e Política - Escola Politécnica
Carros populares não vêm com equipamentos de segurança e oferecem risco a usuários

São Paulo (AUN - USP) - A falta de equipamentos de série de segurança nos carros populares do Brasil é um dos responsáveis pelo alto índice de acidentes no trânsito brasileiro. Segundo o economista da Universidade Federal de Minas Gerias (UFMG) e gerente da Bosh Carlo Gibran, a inclusão do sistema ABS de frenagem na produção de automóveis é essencial para diminuir os riscos de derrapagem, que são responsáveis por 20% dos acidentes com vítimas.

Segundo dados apresentados pelo economista em palestra ocorrida, recentemente, durante a Semana de Engenharia Automotiva da Escola Politécnica (USP), o Brasil está fora da curva de crescimento no quesito implementação de sistema ABS. Enquanto a média mundial de carros com o sistema é de 70%, apenas 15% dos carros brasileiros possuem o equipamento.

Mesmo dentro do mercado automobilístico brasileiro há diferenças. Enquanto a indústria de automóveis populares não oferece itens adicionais de segurança em nenhum de seus produtos, o cenário é oposto na indústria de automóveis de alto padrão. Em 2007 esta chegou a oferecer itens de segurança de série em 98% dos carros, número que aumentou 2% em um ano.

Segundo Gibran, essa diferença não se sustenta, pois a tecnologia de segurança atualmente não é cara. “A compra de (sistema) ABS e airbag sai mais barato que um ar condicionado”, compara o economista. No entanto, “muitas vezes os motoristas preterem a compra de sistemas de segurança para comprar DVD, MP3 ou outros itens de entretenimento”, afirma. Segundo Gibran, é preciso disseminar a informação sobre as tecnologias de segurança para os motoristas. No ano passado foi instalada no Brasil a primeira fábrica de itens de segurança veicular, o que tende a baratear ainda mais os produtos, uma vez que muitos não precisam mais ser importados.

Tecnologias integradas
O economista também defende a integração das tecnologias de segurança, tanto as de assistência ao motorista, que fornecem informações para que a pessoa que esteja dirigindo o automóvel possa reagir a tempo, como com as tecnologias de segurança ativa – que evitam um acidente caso o motorista não tenha reagido a tempo – e de segurança passiva – que minimizam os impactos de um acidente caso ele seja inevitável.

As tecnologias de assistência ao motorista incluem tela de vídeo com visão infra-vermelho para identificar obstáculos em vias escuras, sensores de distância de automóveis periféricos, sensores de identificação de possíveis obstáculos móveis e sensores de identificação de faixas de rolagem pouco claras. As tecnologias de segurança ativa abrangem os sistemas que permitem frenagem abrupta e segura, que evitam derrapagens, aqüaplanagens e capotamentos por meio de um sistema de freios com pressão específica para cada eixo do carro. As tecnologias de segurança passiva incluem cintos de segurança e airbags. Para Gibran, o ideal é a integração desses sistemas de modo a facilitar o ato de direção, até que um dia seja possível a direção automática. “Há hoje tecnologia para isso, faltam mais testes”, afirma.

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