São Paulo (AUN - USP) -Vistos como simpáticos animais e considerados símbolos de programas contra a extinção de animais, pequenos macacos em cativeiro tornaram-se objeto de estudos de uma pesquisadora na busca para melhorar a qualidade de vida desses animais em cativeiro. Mestranda da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), da USP, Manuela G. Fraga Geronymo Sgai apresentou seu estudo com o tema “Como Enriquecer o Ambiente de Calitriquídeos” na I Conferência Brasileira de Enriquecimento Ambiental, realizada recentemente, na FMVZ.
O evento foi organizado pela The Shape of Enrichment (TSE), uma instituição internacional, que tem como objetivo difundir as idéias do Enriquecimento Ambiental (EA). “O EA pode ser resumido em um conjunto de técnicas que visam melhorar o ambiente do animal, com o objetivo de aumentar o bem-estar psicológico e fisiológico dos animais”, explica Manuela.
No caso dos macacos de pequeno porte, objeto de estudo de dela, o EA atua para evitar alguns comportamentos e situações que podem prejudicar sua sobrevivência em cativeiro. “São animais complexos. Altamente estressáveis, já que possuem muitos predadores na natureza. Eles vivem em grupos no seu habitat, mas isolados em cativeiro. Isso gera comportamentos anormais como a ingestão de fezes ou um excesso de coceira”, diz Manuela.
Para combater esses problemas a pesquisadora tenta a introdução de técnicas que amenizem o estresse em cativeiro. “Busco fornecer estímulos para que esses pequenos animais gastem seu tempo com atividades que fariam na vida selvagem e não desenvolvam essas anormalidades”. Uma das técnicas utilizadas consiste em fornecer material para os macacos arranharem, visto que, na natureza, raspar troncos é uma das atividades que ocupam boa parte do tempo dos calitriquídeos.
“O objetivo do EA pode variar. No nosso caso é, principalmente, aumentar a taxa reprodutiva dos animais a também reduzir o stress, mas fica claro que ele pode ser diversificado”, afirma Manuela.