ISSN 2359-5191

09/10/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 101 - Saúde - Faculdade de Medicina
Estudos reforçam relação entre poluição e problemas respiratórios

São Paulo (AUN - USP) -Mais de 50 estudos realizados ao redor do mundo vêm confirmando a relação entre poluição ambiental e problemas da função pulmonar. “A combinação de dois fatores ambientais extremos (como a poluição) aumenta em até 50 vezes a chance de asma”, diz Renato Stein, da PUC do Rio Grande do Sul, se baseando em estudos realizados na cidade gaúcha de Uruguaiana. O assunto foi tratado em um seminário recente realizado pelo Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Um outro estudo está sendo conduzido por Thaís Mauad, professora da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Ela participa um experimento que vêm demonstrando o problema em São Paulo. Ratos estão sendo expostos a poluição nos jardins da FMUSP, localizada na Av. Dr. Arnaldo, uma das regiões com pior qualidade de ar na capital. Os dados até agora demonstram que os animais expostos apresentam problemas de macrófagos e de má formação dos alvéolos, uma estrutura interna do pulmão.

Outros estudos também vêm chegando ás mesmas conclusão. Um deles expôs macacos a regiões com alta concentração de ozônio e constatou que os símios sofreram o fechamento das vias aéreas. Também há aqueles que demonstram que a exposição a fumaça de cigarros na infância ou mesmo no período pré-natal pode trazer complicações respiratórios na vida adulta. Mas o maior vilão é a fumaça de carros e caminhões, que causa problemas na infância, período do desenvolvimento pulmonar.

Quem explica é Alfésio Braga, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro. Destaca que crianças são mais vulneráveis aos problemas atmosféricos do que adultos pois respiram proporcionalmente mais ar do que eles. Por isso a infância é considerada a fase mais crítica. Segundo ele pode ocorrer uma queda de até 40% na função pulmonar de alguém devido a exposição à poluição quando criança e há um risco de morte de 4% entre esta população.

Outro problema apontado por ele é que os pediatras dão pouca atenção ao que ocorre nos ambientes externos, onde a poluição é mais forte. Assim, defende que ocorra uma “inserção do tema no raciocínio clínico do pediatra”, pois nos últimos anos tem se verificado um crescimento nos atendimentos e nas mortes causadas por problemas respiratórios devido ao aumento dos problemas ambientais.

O gaúcho Stein concorda com ele e ressalta a importância de agir para cuidar dessas pessoas enquanto elas ainda são crianças, pois isso diminuiria a chance de desenvolverem problemas respiratórios quando adultas. O ideal é que o tratamento comece com até seis anos de idade, para que a pessoa não perca muito de sua função pulmonar.

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