ISSN 2359-5191

17/10/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 107 - Economia e Política - Escola Politécnica
Controle online da produção minimiza prejuízos
O método proposto por docente da USP visa determinar intervalo

São Paulo (AUN - USP) -Peças defeituosas são um empecilho tanto para o consumidor quanto para o fabricante. Para este último, o prejuízo fica ainda maior se a indústria em questão produzir em larga escala e de maneira rápida. Foi pensando em evitar que estas falhas se alastrassem que a professora da Escola Politécnica (USP) Linda Lee Ho tem realizado pesquisas sobre o controle online de processo, em conjunto com o professor Roberto Quinino, da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG.

No modelo proposto em 2001 por Linda, pelo professor Wagner Borges, do Instituto de Matemática e Estatística da USP, e pela professora Osiris Turnes, da Universidade de Brasília -UnB, uma peça é retirada da produção a cada período determinado e é avaliada se está conforme ou não em relação às especificidades. Cada vez que um item é avaliado como não-conforme, o processo sofre uma pausa para reajuste – ação cara e que consome tempo.

O trabalho dos docentes visa minimizar os custos no controle, determinar de quanto em quanto seria o intervalo ideal para avaliações e encontrar a melhor combinação entre este e o número de inspeções que podem ser feitas em cada peça.

Aqui, considera-se ainda que existam erros nos diagnósticos. Ou seja, um item não conforme pode ser classificado como conforme ou vice-versa. "Em alguns tipos de produção de lajotas, a inspeção é feita quando você bate um diapasão e, de acordo com o barulho, avalia se a peça está trincada ou não. Às vezes, o operário pode estar com problemas de audição ou algo do tipo e classificar errado", exemplifica Linda.

Falhas como essas causam bastante impacto no planejamento deste tipo de controle pois colocar no mercado itens não-conformes e descartar conformes acarreta em um acréscimo no custo da produção – o que pode afetar também o valor do produto quando este chega ao consumidor.

Para minimizar o efeito destes erros, Linda e Quinino, juntamente com o aluno Anderson de Trindade, da USP, consideraram a possibilidade de repetir as avaliações. A decisão de parar ou não o processo é tomada baseada na maioria dessas classificações repetidas.

"Se a peça é classificada cinco vezes e recebeu quatro classificações [conformes], é razoável que, de fato, seja conforme. Além disso, é intuitivo que quanto mais classificações repetidas forem feitas na mesma peça, menos vou errar para determinar o verdadeiro estado da peça", argumenta Linda. "Porém, isto tem um custo alto de inspeção", ressalva.

Mais falhas
Outro ponto abordado é a qualidade degenerativa do processo. Ou seja, a partir de um dado momento, a probabilidade de se ter peças fora das especificações pode aumentar significativamente – e não se mantém estável, como considerado em pesquisas anteriores.

"Estou colocando aqui uma função que decresce com o passar do tempo. Isso gera uma complicação muito grande na hora de determinar o intervalo ótimo [de inspeção]. Mas a gente conseguiu resolver [esse problema]", disse a professora.

Aos interessados, Linda dá sua dica. "São tantas combinações que não tem uma regra. Rode o programa [de controle online proposto pela docente], que está disponível, e veja qual o melhor planejamento para o seu processo", conclui.

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