ISSN 2359-5191

20/10/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 108 - Economia e Política - Escola Politécnica
Corretores devem considerar condição do prédio ao avaliar imóvel

São Paulo (AUN - USP) -Encontrar um imóvel que ofereça um bom custo-benefício é uma tarefa demorada, mas avaliar quanto vale um imóvel também não é tarefa simples. Segundo o corretor Osvaldo Luis de Souza Silva, que, recentemente, deu palestra na Escola Politécnica da USP no evento VIII LARES, muitos corretores erram ao considerar apenas as condições físicas do imóvel em sua precificação. Ele defende que o prédio seja avaliado também na avaliação do preço do imóvel. “Em muitos casos os prédios depreciam o valor da unidade”, afirma.

Segundo o corretor, a avaliação do preço de um imóvel deve levar em conta dois fatores: a idade e o estado do imóvel e do prédio em que está inserido. Ambos, com o tempo, apenas depreciam o valor do imóvel. “Mesmo que o proprietário realize uma reforma, o imóvel não volta ao valor original”, aponta. Ele defende que “vale mais a pena investir em um imóvel novo do que tentar recuperar um antigo”. A vida útil de um prédio equivale a, de acordo com o corretor, 70 anos. A depreciação pode ser de dois tipos: física ou funcional. Com o tempo, além dos equipamentos se tornarem obsoletos, necessitando trocas e reparos, há também perda de valor com relação aos novos investimentos imobiliários que vão surgindo. Segundo o corretor, novos prédios costumam oferecer mais serviços e uma infra-estrutura mais complexa com relação aos prédios antigos, que perdem seu valor de origem por oferecerem um custo-benefício menor.

Silva apresentou diversos exemplos de prédios com encanamentos e fios de iluminação antigos e que oferecem riscos aos usuários, que depreciavam o valor dos imóveis do prédio. Um dos exemplos que foram apresentados pelo corretor foi um prédio em frente à Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. Embora a infra-estrutura dos apartamentos triplex, no caso, contasse com piscina, banheira de hidromassagem e ampla vista para a lagoa, o prédio, que já contava com mais de 20 anos, não havia equipamentos modernos de vigilância, garagem e varandas, além de focos com rachaduras.

Outro exemplo apresentado foi o do prédio ao lado do Museu de Arte de São Paulo (MASP) na Rua Itapeva, em São Paulo. O prédio encontra-se abandonado, sem uso social, com pichações em sua lateral, além de ter problemas estruturais de infiltração expostos. Segundo o corretor, a depreciação do prédio é um exemplo claro de um imóvel que chegou a um ponto que não vale mais investir em sua recuperação.

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