ISSN 2359-5191

24/10/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 112 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Física
Professor de Física da USP desvenda mitos sobre simulador do Big Bang

São Paulo (AUN - USP) - Desde um mero jogo de bilhar, até as megacolisões entre galáxias, passando pelas microcolisões de partículas subatômicas, os choques entre corpos estão presentes e são amplamente estudados pela física. Com o intuito de explicar mais sobre a importância das colisões para a compreensão do mundo, foi realizada, na Estação Ciência, a palestra Colisões: uma maneira chocante de aprender física de partículas, ministrada pelo professor do Instituto de Física da USP, Fernando Navarra. A discussão faz parte do Ciclo de Palestras Física Para Todos.

Durante a palestra o professor pôde esclarecer alguns mitos sobre o LHC (Large Hadron Collider), máquina que entrou em funcionamento em setembro deste ano e que busca recriar as condições do Big Bang. Muito se falava sobre a possibilidade de a colisão de prótons provocar a criação de um buraco negro, que engoliria o planeta. Navarra afirma que a criação de um buraco negro se dá pela concentração extrema de massa em apenas um lugar, e que a colisão de prótons poderia, sim, criá-lo, mas que ele teria um tamanho inferior ao de um próton e desapareceria em pouco tempo. O professor ainda diz que se não desaparecesse, com sua alta velocidade (99,9999991% da velocidade da luz), o buraco negro iria para o espaço sideral e, se não fosse, devido ao seu tamanho ínfimo, não causaria o menor estrago. De acordo com Navarra, se um buraco negro de tal tamanho tocasse em um humano, a sensação seria semelhante a uma picada de mosquito.

O professor ainda falou sobre a importância dos investimentos em ciência e tecnologia, que muitas vezes não trazem um retorno imediato à sociedade, mas que podem vir a beneficiar a todos. Ele cita o exemplo da Teoria da Relatividade Geral de Einstein, que no início era “ciência pura”, mas que hoje tem aplicação direta no GPS (Sistema de Posicionamento Global), aferindo mil vezes mais precisão ao sistema. No caso do LHC, que envolveu um investimento de 9 bilhões de dólares, Navarra espera que seja elaborada uma aplicação prática das descobertas proporcionadas, mas que a maior vitória é da ciência, a qual poderá confirmar algumas de suas teorias, ou dar inícios a novas teorias mais bem fundamentadas.

Física desmistificada
Com o intuito de democratizar o conhecimento científico e divulgar as descobertas e as pesquisas da física contemporânea, o Instituto de Física da USP criou o Ciclo de Palestras Física para Todos, que busca difundir a produção científica, que, por vezes, permanece trancafiada dentro das universidades.

Iniciado em 2005, o projeto busca mostrar ao grande público, com linguagem acessível, que a física está presente de alguma forma na vida cotidiana, tentando trazer aos leigos no assunto uma compreensão básica de alguns temas contemporâneos de interesse geral e que, devido à sua elevada complexidade, ficavam restritos a professores e estudantes universitários.

O programa é realizado em parceria com o Museu Paulista, a Estação Ciência e o Centro Cultural São Paulo, locais onde são ministradas as palestras.

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