ISSN 2359-5191

28/10/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 114 - Saúde - Faculdade de Medicina
Crianças são mais vulneráveis à poluição
Seminários na Faculdade de Medicina discutem conseqüências da poluição para populações urbanas

São Paulo (AUN - USP) -Os efeitos ambientais da poluição tem sido amplamente estudados nos últimos tempos e, apesar de toda a população sofrer algum revés, para o professor Luiz Alberto Amador Pereira, da Universidade Católica de Santos, a população infantil é mais seriamente atingida do que a média. Não se sabe se a causa é pelo fato de terem mais atividades ao ar livre, ou por questões anatômicas. Mas para ele, os estudos comprovam muitos indícios.

A morbidade e mortalidade infantis são visivelmente afetadas pelo número de matéria particulada presente no ar de uma cidade. Segundo Pereira, a variação entre os níveis diários está diretamente relacionada com a quantidade de oxihemoglobina presente no sangue dos bebês ao nascer. Um número baixo significa pouca captação de oxigênio e, se isso acontecer, a qualidade do sistema respiratório recém-formado pode ser afetada. Além disso, em dias com altos níveis de material particulado no ar, há mais casos de mortalidade fetal e mortalidade por doenças respiratórias de nascidos. Nas cidades mais poluídas, é comum bebês nascerem com baixo peso e desenvolverem problemas como asma e chiado.

Esses dados foram apresentados recentemente no evento Seminários de Poluição Ambiental e Saúde Pública, na Faculdade de Medicina da USP - FMUSP. Uma tarde em que nove palestrantes de diferentes especialidades discorreram sobre os perigos da poluição para a saúde pública. Segundo o professor de Patologia da FMUSP Paulo Saldiva, o público alvo daquele dia eram representantes da Petrobrás e da ANFAVEA, que não apareceram para a exposição e debate.

"Nosso objetivo não é simplesmente o exercício acadêmico, mas sim que, a partir dele, possam surgir políticas públicas. Afinal, essa é uma Faculdade que se mantém com recursos públicos, e deve dar retorno à sociedade", disse Marcos Boulos, diretor da FMUSP, na apresentação do evento. Por isso, um dos convidados - que se diferenciava do resto - foi o secretário do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo, Eduardo Jorge Sobrinho. Segundo o político, que também é médico, foi a partir dos estudos realizados por Saldiva e sua equipe (membro do comitê científico da Agência de Proteção à Saúde Ambiental), que foi possível convencer a sociedade civil da importância da implementação da lei da inspeção veicular.

"Quando a idéia foi noticiada inicialmente, criticaram o plano falando que só serviria para prejudicar a população de baixa renda, que teria de gastar mais dinheiro com as inspeções. Porém, os estudos mostram que é essa a faixa mais seriamente afetada pela poluição. A população precisa ter acesso às pesquisas e descobertas feitas nas universidades", opinou Sobrinho.

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