ISSN 2359-5191

29/10/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 115 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Baixa velocidade, economia e alto desempenho são as metas do carro do futuro

São Paulo (AUN - USP) -Nada de carros voadores como imaginavam os criadores da série de televisão The Jetsons – o futuro dos veículos tende a ser bem diferente. “Eles transportarão menos passageiros, possuirão uma velocidade limite menor, serão mais econômicos e menos poluentes, e terão um alto rendimento” – isso é o que prevê Celso Duarte, supervisor de desenvolvimento de produto da Ford, em uma palestra durante a Semana de Engenharia Automotiva na Escola Politécnica da USP.

A invenção do carro, em 1885, na Alemanha revolucionou o mundo dos meios de transportes. Naquela época, os carros produzidos por Karl Benz possuíam apenas três rodas e eram movidos à gasolina por um motor à explosão de dois tempos. Esses veículos eram desconfortáveis e lentos e só no começo do século XX, com a entrada de novos fabricantes no mercado como a Ford, a Fiat e a Mercedes-Benz, que eles melhoraram seu desempenho.

Após os veículos ganharem melhor rendimento com o desenvolvimento de caixas de câmbio mais eficientes, pneus com desempenho mais regular, e design mais arrojado, é a vez da engenharia automobilística orientar seus estudos para o desenvolvimento de carros que utilizem combustíveis renováveis. “A engenharia brasileira foi a que mais evoluiu nessa área, com a criação dos carros flexpower”, diz Celso Duarte.

Segundo o engenheiro da Ford, formado pela Poli USP, essa evolução só foi possível devido às ações tomadas pelo governo Collor, quando o mercado brasileiro foi aberto aos carros importados e tornou a esfera de produção de veículos mais competitiva. Para Duarte, a indústria automobilística passará por muitas mudanças, sendo a primeira delas a produção de carros que utilizam biocombustíveis, os quais são considerados bons por serem renováveis e emitirem menos poluentes.

O desenvolvimento de novas fontes de energia é o primeiro passo para saber quais são as tendências que guiam a criação do carro do futuro. Carros híbridos, que usam uma mistura de combustíveis aliada à energia elétrica, são a nova perspectiva da indústria. Os veículos que usarem esta tecnologia possuirão um motor a gasolina e quatro motores elétricos (um em cada roda). Porém, para viabilizar essa iniciativa, “os físicos precisam desenvolver meios eficientes para armazenar energia para os motores elétricos”, diz Duarte.

Com o carro movido a energia, o design dos veículos será bastante modificado. Os veículos possuirão uma aerodinâmica distinta da atual, que visará economia de combustíveis e não uma alta velocidade. No futuro, os carros terão os espaços muito bem trabalhados e os motores ocuparão um volume muito pequeno. Porém, “não há previsão para que essa inovação chegue ao mercado alcançando um preço atrativo e a eficiência desejada”, conclui Duarte.

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