São Paulo (AUN - USP) - Em comemoração ao centenário da imigração japonesa, a Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp) promoveu um simpósio a fim de apresentar as contribuições de pesquisadores e profissionais de origem nipônica para o progresso científico do Estado de São Paulo. O evento contou com o apoio da Academia Brasileira de Letras.
As palestras ocorreram no Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA/USP), onde acadêmicos das áreas de História, Física, Biologia, Química, Medicina e Engenharia apresentaram nomes japoneses que ajudaram a desenvolver o conhecimento científico paulista.
Sob a coordenação da professora Catarina Takahashi, integrante do Departamento de Biologia e da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto, o evento começou com um panorama histórico da imigração japonesa no Brasil. O professor Shozo Motoyama, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/USP), explicou as razões da segunda leva de imigrantes ter se fixado aqui, já que o Japão se encontrava em plena recuperação após o término da Primeira Guerra Mundial. Segundo Motoyama, a aplicação do modelo de produção em massa proposto por Henry Ford e a rápida automação do trabalho no Japão elevaram muito a taxa de desemprego no país, o que fez com que o governo chegasse a incentivar a migração nessa época.
Em seguida, os demais convidados comentaram a influência dos japoneses nas suas respectivas áreas de atuação. Shigueo Watanabe, do Departamento de Física Nuclear do Instituto de Física da USP (IF/USP) não pôde comparecer e foi substituído por Edilson Hiroyuki Shibuya, professor da Unicamp graduado em Física pela Universidade de São Paulo. Shibuya destacou a importância da participação dos japoneses no estudo das partículas elementares. Além disso, foi graças aos avanços nas pesquisas sobre raios cósmicos que os estudiosos conseguiram consolidar o campus de Física da Unicamp, hoje um dos principais pólos de pesquisas científicas do Estado de São Paulo.