ISSN 2359-5191

24/11/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 130 - Meio Ambiente - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Consumo consciente é saída para evitar escassez de recursos

São Paulo (AUN - USP) - A difusão imediata do consumo consciente é imprescindível para que o mundo, nos próximos anos, não enfrente uma crise marcada pela escassez de recursos e a degradação total do meio ambiente. O alerta foi feito por Aaron Belinky, consultor de pesquisas e métricas do Instituto Akatu, durante seminário realizado na recentemente na Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo.

Segundo Belinky, atualmente o mundo consome 30% a mais de recursos do que é capaz de produzir. Para o futuro, a perspectiva é de que esse descolamento entre a demanda e a produção dobre. “Um dos pontos mais alarmantes diz respeito ao consumo de energia elétrica. Se todos os países pobres consumissem com a mesma intensidade dos ricos, seriam necessários quatro planetas terra para suprir essa necessidade”, afirmou.

Para que essa perspectiva seja transformada, o consultor do Instituto Akatu insiste que a idéia de sustentabilidade deve estar presente nos hábitos de consumo da população do mundo todo. E para ele, alcançar essa meta, não significa deixar de consumir. “Trata-se de pensar diferente, considerando os impactos de cada compra que se faz. É também consumir de forma solidária, buscando apenas produtos que impactem de forma positiva, no ambiente e na sociedade. Por último, significa consumir de forma sustentável, ou seja, de maneira que o recurso consumido não venha a se esgotar”.

Belinky ressaltou a importância do consumidor, lembrando que todo ato de consumo tem um impacto. “Os atos individuais de consumo são capazes de transformar a sociedade e gerar sustentabilidade para o planeta”, afirmou. Como exemplo, ele cita as conseqüências aparentemente invisíveis de um banho com 10 minutos de duração. “Nesse tempo, são gastos em média 150 litros de água. O que a maioria das pessoas não sabe é que para gerar a energia que aquecerá esse volume, são utilizados de 140 a 300 outros litros de água”.

A falta de informações é justamente o maior entrave para a sustentabilidade no consumo. “Por que os consumidores não mudam? Porque eles não fazem idéia dos problemas invisíveis, embutidos em suas escolhas. Não sabem que tudo aquilo que eu faço acaba voltando para mim mesmo”, explica Belinky. “Pequenas atitudes repetidas ao longo de muito tempo provocam grandes estragos”, complementou.

Educação financeira
Para o consultor do Instituto Akatu, progressos na caminhada rumo ao consumo consciente poderiam ser conseguidos caso a população tivesse acesso a melhor educação para controlar seu orçamento. Segundo explicou, muito da racionalidade e do caráter sustentável no consumo se perdem quando as compras são feitas por impulso. Nesses casos, a falta de planejamento impede que sejam observadas características do produto como procedência, modo de utilizar e de descartar, dentre outras.

“Para a sociedade de consumo atual, o paraíso está naquilo que se pode comprar. Logo, ninguém pensa, por exemplo, na reutilização de produtos, na reciclagem, ou outras maneiras de reduzir os impactos ambientais do consumo”, afirmou Belinky. E, mesmo quando as compras são planejadas, o senso comum da educação financeira acaba levando as pessoas ao conceito de que poupar é uma atitude que visa apenas a formação de patrimônio, ter cada vez mais posses, o que ele considera errado.

Seria necessário, para Belinky, transmitir aos consumidores a idéia de que aprender conceitos de planejamento financeiro envolve mais do que o acúmulo de recursos. “A educação financeira visa à melhora da qualidade de vida e de consumo, para que nós e nossos filhos tenhamos um futuro seguro e estável. Trata-se de manter o foco no resultado certo”, concluiu.

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