São Paulo (AUN - USP) - Cerca de 94% do lixo produzido em toda a cidade de São Paulo vai diretamente para aterros sanitários. Esta é uma das informações mais impactantes fornecida pelo conjunto de vídeos da série O Desafio do Lixo, na qual se baseou a primeira Semana do Meio Ambiente do Instituto de Biociências da USP (IB).
As apresentações e debates da Semana ficaram centradas no problema do tratamento dado ao lixo nas sociedades urbanas atuais. Acompanhando a exibição da série já citada, que foi produzida pela TV Cultura, foi organizada uma exposição de pôsteres chamada A Natureza das Cidades, procurando mostrar elementos da natureza em ambiente urbano. Já na quinta feira (6 de junho), o professor Waldir Mantovani, do Departamento de Ecologia, ministrou uma palestra, procurando definir e diferenciar os termos "Ecologia" e "Meio Ambiente".
Roberto Shimizu, também professor do Departamento de Ecologia e organizador da Semana, diz que o evento surgiu de uma sugestão do USP Recicla, que forneceu os vídeos, e ainda dispôs-se a resolver dúvidas técnicas dos alunos. A Semana foi então parte do projeto de conscientização desenvolvido pelo USP Recicla. O programa foi institucionalizado em 1994, sob a coordenação da Coordenadoria Executiva de Cooperação Universitária e de Atividades Especiais (CECAE), e tem como objetivo a educação da comunidade USP. Para isto, é formada uma comissão em cada unidade da universidade, que inclui professores, alunos e funcionários. É esta comissão quem se encarrega de estudar amostras de lixo, com a finalidade de conhecer a realidade de consumo do local e os níveis de geração e descarte pelos usuários. Assim, pretende-se descobrir as fontes de desperdício de cada unidade. Também fica a cargo da comissão encontrar possíveis locais para armazenamento dos recicláveis de seu Instituto. Desta maneira, o USP recicla já conseguiu reduzir em 50% o lixo da universidade, contando com a ajuda de bolsistas pela Coordenadoria de Assistência Social da USP (Coseas).
A Semana do Meio Ambiente foi aberta ao público, mas seu conteúdo foi mais voltado para os alunos da Biociências. O professor Roberto Shimizu estuda a possibilidade de realizar um evento mais grandioso nos anos subseqüentes, contando com a maior participação da comunidade externa e de profissionais ligados à área da Ecologia.