ISSN 2359-5191

05/12/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 139 - Saúde - Escola de Educação Física e Esporte
Universitário acaba com mitos sobre alimentação nas atividades físicas

São Paulo (AUN - USP) - A relação entre alimentação e atividades físicas é permeada por diversos mitos. “O que comer? Em que quantidade? Quando? Para que serve o que estou comendo?” são dúvidas freqüentes dos atletas e, normalmente, respondidas de maneira amadora e com orientações pouco seguras. Para tentar responder algumas dessas perguntas e, acima de tudo, acabar com alguns mitos, o Programa de Educação Tutorial (PET) da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE-USP) organizou recentemente a palestra “Alimentação e Atividade Física”, ministrada por Diego Souto Morine, aluno do curso de Educação Física da escola.

Foram citados os macronutrientes, compostos de que o corpo precisa em maior quantidade. O primeiro deles são os carboidratos ou açúcares, que têm como função principal serem fontes de energia. Mas, o que pouco se fala, é que eles ajudam no metabolismo de gorduras, livrando os músculos dessa função. O que não se pode fazer é ingerir uma grande quantidade de carboidratos momentos antes da prática do exercício. Isso porque, segundo Diego, o composto ativa a produção de insulina, que tem como função digerir os açúcares. E caso o pico de insulina aconteça durante o exercício, pode haver uma hipoglicemia. O recomendado é ingerir moléculas menores de carboidratos (encontradas em arroz e pão) imediatamente antes do esforço físico. A quantidade média diária a ser consumida é de quatro gramas por quilo de peso corporal para uma pessoa sedentária.

Ao falar das proteínas, Diego mostra que elas são formadas por aminoácidos, compostos presentes no DNA. Eles podem ser de dois tipos: essenciais (não produzidos pelo corpo, obtidos pela alimentação) e não-essenciais (produzidos pelo organismo). As proteínas são divididas entre as que têm alto valor biológico – provenientes de animais e com maior combinação de aminoácidos – e de baixo valor biológico – advinda de plantas e com baixa variedade de aminoácidos. Segundo o palestrante, essa divisão traz o mito comum dos vegetarianos de que esses vegetais suprem os nutrientes. “Na verdade, é necessário uma mescla de vários vegetais para suprir a quantidade de proteína necessária”, diz Diego. A quantidade média diária recomendada é de um grama por quiilo de massa corpórea, para um sedentário. E a melhor absorção do corpo é após a atividade física, pois o desgaste muscular demanda uma ingestão maior do nutriente.

Quanto às gorduras, o maior mito é que, por questões estéticas, muitas pessoas acreditam que elas são desnecessárias. Mas elas servem de reserva de energia, de proteção térmica e auxiliam a absorção de algumas vitaminas. Ou seja, dificilmente tem-se a consciência da “gordura boa”, necessária pra o funcionamento correto do organismo. “O problema são as gorduras saturadas e trans, que favorecem a elevação do colesterol”, afirma Diego. Por ser totalmente sensível às quantidades, as gorduras devem ser ingeridas dentro de uma taxa percentual curta: entre 15% e 30% do valor calórico total de um dia. Ainda ligado às questões estéticas, surgem mitos de “dietas milagrosas” para emagrecimento. Segundo Diego, as dietas devem ter, sempre, um embasamento científico para evitar riscos à saúde: “Por exemplo: muitas pessoas entram em dietas que aparentemente dão certo, pois perdem peso. Mas elas perdem muita massa muscular, deixando os ossos vulneráveis”, diz. Para uma dieta correta, é necessária a orientação de um nutricionista, nunca de um educador físico. E ela deve ser individualizada, adaptada às necessidades de cada pessoa e ao que cada corpo suporta.

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