São Paulo (AUN - USP) - Buscando difundir o conhecimento produzido na universidade e facilitar o acesso da população carente à arte, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) desenvolve o projeto Viva Arte!, que tem como objetivo levar a produção artística a moradores de rua, que se encontram marginalizados não apenas socialmente, mas também culturalmente.
Em fase de testes, o programa de inclusão socioeducativa busca atingir jovens e adultos de 20 a 60 anos já integrantes de oficinas de geração de renda de instituições sociais ou ligadas à área da saúde. Embora a faixa etária seja bastante flexível, a educadora Andrea Amaral, responsável pelo projeto, explica que esta escolha pelo público mais velho se deu porque já existem muitos projetos do tipo voltados para o público infantil, ignorando a parcela da população carente que já é maior de idade.
Artur Matuck, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA-USP), faz um elogio do projeto e defende que todo ser humano é artista e que o grande desafio da arte é oferecer ao homem comum a oportunidade de ele se sentir uma pessoa criativa e participativa. Segundo ele, a posição social ocupada pelos grandes artistas é um privilégio de classe que deveria ser compartilhado com a parcela menos favorecida da sociedade, que também produz arte sem, no entanto, gozar deste privilégio.
As atividades consistem em oficinas, visitas orientadas a exposições do MAC e outras instituições, bate-papos e sessões de audiovisuais que contextualizem e motivem os temas tratados, além de encontros para educadores sociais a partir das exposições do Museu. Estes cursos também têm como objetivo reverter o conhecimento adquirido em produtos feitos pelos alunos nas oficinas de geração de renda das quais participam.