São Paulo (AUN - USP) -Tendo em vista a crise pela qual passa a economia global, o período tem sido positivo para o setor de Inovação Tecnológica. Segundo Rodolfo Politano, superintendente do Núcleo de Inovação Tecnológica do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, localizado na USP), ainda é cedo para fazer avaliações mais profundas, mas a área apenas esfriou um pouco. Tendo em vista a conjuntura atual, ele enxerga o quadro com otimismo.
Como um Instituto de Pesquisa tipicamente brasileiro, que depende de fomento público, até agora não foi sentido nem um impacto dramático, afirma o superintendente geral, Nilson Vieira Jr. A pequena dependência do capital privado pode ter feito com que nem uma grande mudança fosse sentida. Contudo, isso talvez mude com a Lei de Incentivo à Inovação, que facilita as relações com empresas, o que levaria a um reflexo maior das mudanças no mercado.
Rodolfo ressalta que neste momento não é sensato deixar de investir, pois quem sai na frente durante a crise cresce mais depois. Ele avalia que os setores mais atingidos são de fato o automobilístico e imobiliário, tipicamente ligados à oferta de crédito e à especulação. De qualquer maneira, ele aponta o papel fundamental dos institutos públicos como fonte de soluções baratas.
O momento é propício para exercitar a criatividade, como na busca de novas aplicações para produtos já existentes. Além disso, Rodolfo afirma que é hora de iniciar conversas. Sendo as parcerias público-privadas de menor custo no desenvolvimento, podem se apresentar como soluções baratas.
Os projetos em negociação no Instituto continuam. O superintendente afirma que na pior das hipóteses a crise pode atrasar a onda crescente na qual o Brasil está, mas não vai parar o país. O Brasil está num processo no qual ele claramente deixará de ser criança e será um adulto.