ISSN 2359-5191

09/12/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 141 - Saúde - Faculdade de Medicina
Medicina avalia como positivo o primeiro impacto da lei seca

São Paulo (AUN - USP) - A professora Vilma Leyton e seu grupo (Álcool, drogas e violência, constituído por alunos e professores do Instituto Médico Legal -IML) compararam números de acidentes de julho de 2007 e 2008, chegando à conclusão de que a lei ocasionou a diminuição dos acidentes por alcoolemia, e também de homicídios. Esse estudo preliminar foi apresentado em novembro pelo Grupo de Estudos de Álcool e Drogas do Instituto de Psiquiatria - IPq-HCFMUSP. "Não queremos que as pessoas parem de beber, mas de dirigir alcoolizadas", explicou a professora, criticando o apelido que a lei recebeu. Além de pesquisadores, palestraram Dario Birolini e representantes das polícias rodoviária e militar, e os bombeiros.

A América Latina tem quase o dobro da média mundial de acidentes de trânsito por alcoolemia 26 para cada 100 mil pessoas. No IML são encaminhados 30 mil casos por ano que depois são subdivididos entre acidente por trânsito, violência etc. Nos últimos anos, a porcentagem de alcoolizados por acidentes de trânsito não saía da casa dos 45% aproximadamente. O estudo preliminar feito pelo grupo do HCFMUSP comparou números como 45% de condutores acidentados alcoolizados em 2007, e apenas 29% em julho desse ano. Outro número surpreendente é o de homicídios: 41% alcoolizados ano passado e 28% em julho de 2008. O grupo da professora considerou esses números positivos, e a lei efetiva em alguns aspectos.

Outras visões
Para o tenente do Corpo de Bombeiros, Wilson Nobukazu Kagawa, após a lei, não diminuiu o número de chamadas para os bombeiros. Explica isso ao afirmar que as pessoas não estão bebendo menos, mas sim que elas pararam de se locomover muito de um bairro a outro para se divertir com o uso de etílicos. Então, estão sendo atropeladas nos bairros que moram. "Apenas uma lei não vai mudar tudo", afirmou. Somente um conjunto de medidas que tenham relação com a educação sobre o real perigo das drogas, acrescentou.

O professor Dario Birolini atentou para os cuidados com números de pesquisas, principalmente as de efeitos comparativos, de décadas atrás. Ele acredita que o perfil da população mudou desde a década de 80 para cá. Apresentou uma série de bibliografias pesquisadas e dados como o aumento das mortes por homicídio de 1977 para cá, 31% para 60%. Outro dado que julgou relevante são os 17% de suicídios em mortes por causas externas. Por isso defende que o perfil sócio-econômico da população mudou, e que um estudo que fala de álcool tem que relevar o perfil da sociedade.

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