São Paulo (AUN - USP) - Um trabalho de Doutorado da Faculdade de Odontologia da USP (FOUSP) está desenvolvendo um novo remédio para a candidíase oral, conhecida popularmente como “sapinho”. A pesquisa, que é de autoria da dentista Karin Hitomi Ishikawa, traz uma inovação importante: a utilização de probióticos no combate ao fungo causador da doença. O foco da pesquisa de Karin é a candidíase nos idosos que usam próteses dentárias que apresentam o fungo. Esse público responde por boa parte dos casos da doença. Ela desenvolveu um medicamento que deve ser colocado sobre a prótese e em seguida na boca.
Atualmente os medicamentos utilizados no combate à candidíase são anti-fúngicos que podem trazer efeitos colaterais como enjôo e diarréia. “O probiótico, pelo contrário, não traz nenhum prejuízo e ainda ajuda a normalizar a flora intestinal” diz Karin, explicando os benefícios de seu trabalho.Os probióticos são bactérias que não prejudicam o ser humano, utilizadas para combater doenças causadas por outras bactérias ou fungos. Basicamente, ele compete por alimento com os organismos que causam as doenças.
Na pesquisa estão sendo testados diferentes tipos de lactobacilos que são uma espécie de probiótico muito conhecido por sua utlização na indústria de alimentos.
É comum que uma pessoa tenha o fungo causador da candidíase na boca mas não manifeste a doença. Além de idosos usuários de próteses, são comuns casos em soropositivos e crianças. Isso se deve ao fato que a candidíase só se manifesta em condições que facilitem seu surgimento, como baixa resistência imunológica ou má higiene oral. Segundo Karin, cerca de 60% dos idosos apresentam o fungo na boca, independentemente de possuir a doença ou não. “No início há uma vermelhidão na boca que não causa muita dor. Mas depois surgem as hifas [manchas brancas ovais] e em casos mais graves surge muita dor e pode até se espalhar para o esôfago e intestino inteiro”, explica a dentista.
Pelo inedistismo de eu trabalho, a pesquisa de Karin esteve recentemente selecionada entre os nove finalistas do “Prêmio USP Inovação” da área de saúde. Atualmente ela realiza testes finais para definir o tipo de lactobacilo mais efetivo no combate ao fungo e em que periodicidade ele deve ser administrado nos pacientes.