São Paulo (AUN - USP) -Com um recorte em sua coleção de Arte Moderna brasileira, o Museu de Arte Contemporânea da USP apresenta a mostra Arte Brasileira no Acervo MAC USP, que reúne 50 anos de arte no Brasil, com trabalhos de grandes artistas que marcaram seus nomes na história da arte contemporânea brasileira. A exposição, que já passou por Salvador (BA) e Recife (PE), deve-se ao Projeto Arte e Patrimônio 2007, do Ministério da Cultura, para difundir um maior conhecimento sobre os acervos artísticos do país.
A mostra é dividida em quatro núcleos distintos: Modernismo e seus Desdobramentos, Tendências Abstratas, Impactos da Nova Figuração e Caminhos da Arte Contemporânea. Cada um apresenta obras de diferentes épocas e estilos, que indicam a diversificação estética nas artes, que teve início com a Semana de Arte Moderna de 1922.
O primeiro núcleo da exposição traz obras de alguns dos autores responsáveis pela construção de uma arte modernista autenticamente brasileira, como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Victor Brecheret e Lasar Segall. Segundo a curadora da exposição e diretora do museu, Lisbeth Rebollo Gonçalves, este momento histórico foi muito importante para a consolidação do ideário modernista, que buscava se libertar do formato exageradamente acadêmico e “quadrado” em que se encontrava a arte. O núcleo Tendências Abstratas, como o próprio nome diz, possui trabalhos de artistas que se destacaram no espaço da abstração, corrente que só se afirmou de forma plena com as III, IV e V Bienais de São Paulo. Conta com autores como Antonio Bandeira, Sheila Brannigan, Iberê Camargo, Milton Dacosta, Mario Cravo Jr., Arcângelo Ianelli e Felícia Leirner, além de alguns que enveredaram pelos caminhos do construtivismo, entre eles Geraldo de Barros e Ivan Serpa.
Na seqüência da exposição, nos dois núcleos seguintes encontram-se obras de artistas que promoveram transformações e inovações ao longo da década de 60. Entre os artistas que, com sua produção redefiniram o conceito de arte no Brasil, estão José Roberto Aguilar e Rubens Gerchman. Além disso, experimentações no campo do novo realismo podem ser encontradas em Antonio Henrique Amaral, João Câmara e Humberto Espíndola.
De acordo Lisbeth, os núcleos Impactos da Nova Figuração e Caminhos da Arte Contemporânea põem em evidência a relevância de um momento importante do Museu de Arte Contemporânea, que foram as exposições Jovem Arte Contemporânea, acontecidas no período de 1967 a 1974, quando o MAC passou a apostar em jovens talentos emergentes, entre eles José Resende, Victor Ribeiro, Dudi Maia Rosa e Cildo Meireles.
A exposição segue até o dia 8 de fevereiro e pode ser visitada no prédio do Museu de Arte Contemporânea da Cidade Universitária, de terças a sextas das 10 às 18 horas, e aos sábados, domingos e feriados das 10 às 16 horas.