ISSN 2359-5191

17/12/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 147 - Meio Ambiente - Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Veículos liberam as maiores taxas de energia antropogênica em São Paulo

São Paulo (AUN - USP) - Em sua pesquisa de Doutorado, Maurício Jonas Ferreira, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, tomou como objeto de análise a cidade de São Paulo, maior metrópole do Hemisfério Sul. Estudou, especificamente, o fluxo de energia antropogênica – ou seja, aquela gerada a partir de atividades humanas. Sob orientação do professor Amauri Pereira de Oliveira, concluiu que cerca de três milhões e meio de veículos paulistanos (de uma frota de sete milhões) são responsáveis por cerca de 80% de toda a emissão dessa energia. O comércio, as indústrias (cerca de 30 mil) e as residências aparecem em segundo lugar, com 19%. Por último, com simbólico 1%, vêm a energia liberada pelo metabolismo de aproximadamente 10,5 milhões de pessoas.

A energia antropogênica, de acordo com Maurício, tem forte impacto no clima global. Em grandes e densos centros urbanos, o fluxo dessa energia favorece a dispersão de poluentes e afeta seus padrões. Em contrapartida, a energia antropogênica está também relacionada à formação e manutenção da ilha de calor urbana, que influencia o conforto térmico da população.

Para estimar a energia liberada a partir de cada uma das fontes, Maurício utilizou o chamado método do inventário do consumo de energia primária, que utiliza informações estatísticas disponíveis em vários órgãos públicos, sobre o consumo médio de energia pela população paulistana.

Assim, a energia liberada pelas fontes veiculares (automóveis, motos, caminhões e ônibus) foi avaliada através de relatórios estatísticos da venda de gasolina, álcool, gás veicular e óleo diesel. Para a fonte estacionária (comércio, indústria e residências), analisou-se o consumo relativo de energia elétrica, gás natural e outras fontes, a partir de informações de agências distribuidoras de eletricidade e combustíveis. Já a energia liberada por meio das atividades metabólicas da população paulistana foi estimada a partir de uma taxa de produção de calor, que varia entre 75 W e 115 W por pessoa, ao longo do dia.

Os resultados das pesquisas do doutorando do IAG mostram que, durante o verão e o inverno, há uma fonte adicional de energia na cidade de São Paulo, que atinge seus valores máximos em dois períodos distintos ao longo do dia: um no início da manhã, entre 6 e 8 horas, e outro no final da tarde, entre 17 e 19 horas – quando é maior a circulação de veículos pela cidade, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Nessas faixas de horário, tem-se um aumento entre 23% e 25% na energia total.

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