ISSN 2359-5191

28/03/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 02 - Ciência e Tecnologia - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Preconceito e desconhecimento interferem no uso de pré-fabricados de concreto

São Paulo (AUN - USP) - Pré-moldados de concreto são componentes de construção (como vigas, pilares, paineis etc) fabricados fora do local da obra e depois transportados e montados. Apesar das vantagens sobre o tradicional concreto armado, a técnica de pré-fabricação de concreto é mal vista por muitos arquitetos por ser industrializada e supostamente restringir as possibilidades do trabalho do arquiteto. Porém, Sidonio Porto, arquiteto formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), discorda. “Há esse pensamento porque há preconceito e desconhecimento. Os pré-moldados não empobrecem a obra, o arquiteto é que tem que ser criativo e saber usá-los. O objetivo dele deve ser sempre viabilizar a construção, seja no aspecto econômico, ambiental ou qualquer outro e ele deve usar tudo que puder para tanto.”

Os pré-fabricados são usados prioritariamente em obras industriais, como se percebe pelo portfólio de Sidonio Porto (que tem, entre outras, as fábricas da Gessi Lever e da Brastemp) apresentado em palestra na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), mas podem ser usados em qualquer tipo de construção. A rapidez, a praticidade e até o baixo custo em determinadas situações são as principais vantagens da técnica. Um exemplo disso é o projeto dos CIEP (Centros Integrados de Educação Pública), elaborado por Oscar Niemeyer. Eles foram construídos inteiros com peças pré-moldadas de concreto e custaram 30% menos do que escolas feitas do modo tradicional teriam custado. Segundo Sidonio, “pré-moldados podem ser usadas em qualquer obra, desde que haja volume de obra e repetitividade, porque, de outro modo, o custo é muito alto”. Ele diz que, anos atrás, tentou propor ao governo a construção de casas populares feitas com essa técnica, mas não obteve sucesso porque “preferiam usar mão de obra não qualificada, o que não é possível com os pré-moldados”.

O arquiteto atribui parte da dificuldade em fazer obras não-industriais usando pré-fabricados ao já citado preconceito de arquitetos, que começa desde a faculdade, e acredita que ainda há muito potencial nos pré-moldados a ser explorado. “Não se dá a ênfase necessária à técnica nas faculdades de Arquitetura. Arquitetura não é só ideias formais, é também domínio de técnicas de construção, como os pré-fabricados”

Este ano Sidonio Porto integrará a comissão avaliadora da 5a edição do Prêmio nacional de pré-fabricados de concreto para estudantes de arquitetura, promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil, do qual é diretor. O concurso premiará o melhor projeto desenvolvido com o uso de por alunos de qualquer faculdade de arquitetura do pais que use pré-moldados. As inscrições vão até dia 31 de abril.

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