São Paulo (AUN - USP) - Violência e criança. Com o objetivo de esclarecer um dos problemas mais cotidianos das grandes cidades e principalmente analisar possíveis soluções, as Universidades de São Paulo e de Tel Aviv promoveram, recentemente, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, o 2o Seminário Internacional “Violência e Criança”. O evento, organizado pela Faculdade de Saúde Pública, teve como carro-chefe o tema: Escola Saudável: uma forma de resistência à violência na Infância e Adolescência.”
A “escola saudável” é um novo conceito que, baseado nas teorias de Ghandi, Martin Luther King e pedagogos, prima pela qualidade do aprendizado, considerando todas as relações (externas e internas) do aluno. A escola física deve ser, portanto, bem estruturada, disponibilizar refeições adequadas, podendo ser utilizada nos fins-de-semana por toda a comunidade da região. “Ela traz a comunidade para dentro da escola, mas também sai de dentro de si mesma para ir à comunidade,” define a professora da Faculdade de Sáude Pública da USP, Márcia Faria Westphal.
Márcia, a organizadora do encontro, ficou satisfeita com o resultado. “Muitas idéias foram aqui apresentadas. O público saiu mais esclarecido. Nesta edição, houve mais apresentação de propostas. O primeiro não avançou neste sentido.” De fato, as exposições sobressaíram às expectativas, pontuando dados pertinentes ao dia-a-dia tanto do professorado como dos alunos e famílias. Foram consideradas alianças entre as instituições com o objetivo de intensificar as políticas propostas. Vale lembrar que o evento teve apoio de órgãos do peso da Unesco, Unicef, Fundação Abrinq, além de ter sido patrocinado pelo Ministério da Sáude.
Na finalização das exposições, todos os participantes se envolveram uma dança indiana que simbolizava a amizade e a harmonia dos povos. Os seminaristas se encontraram, mais tarde, em uma reunião fechada, para sintetizar as sugestões expostas de forma mais prática. Os relatórios devem passar por diversas instâncias executivas, já que o objetivo final é alterar as políticas públicas de ensino, gradativamente. Contudo, qualquer movimento só acontecerá depois da mudança de governo.”Temos que esperar,”adverte Márcia.
E é por esse mesmo motivo que um novo evento está sendo considerado somente a médio prazo. O avanço conceitual entre as instituições deve permanecer por um tempo, crescer. Só aí cogita-se um terceiro seminário mais focalizado na criança.
A participação de intelectuais acadêmicos de Tel Aviv só foi possível devido a um acordo formado pelas duas universidades em 1998. O intercâmbio tem promovido discussões de maior amplitude, com visões mais diferenciadas, em todas as áreas da Universidade.