São Paulo (AUN - USP) - O Tratamento dos Transtornos Ansiosos na Infância e Adolescência é o tema do Simpósio Internacional que será realizado nos dias 29 e 30 de agosto. O evento, coordenado pelo médico Fernando Asbahr, professor de pós-graduação do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, trata de um dos assuntos que mais sofreram avanços nos estudos e na divulgação, em psiquiatria, nos últimos 20 anos. Estes transtornos foram, por muito tempo, considerados problema intratáveis.
Segundo estatísticas, estes distúrbios atingem cerca de 3% a 5% das crianças, e caracterizam-se por comportamentos de fobia que paralisam a vida destas. São exemplos desta disfunção a fobia escolar, em que a criança, apresentando a chamada ansiedade de separação, não consegue se distanciar de sua mãe para ir à escola, e a fobia social, em que a criança sofre de ansiedade generalizada, e tem medo de qualquer exposição pública, como responder a uma chamada oral, sendo intensamente inibida. Outro exemplo é o transtorno obsessivo-compulsivo, caracterizado por manias e preocupações que causam mal-estar e interferem no desempenho na escola, em casa e com os amigos.
Os distúrbios, de uma maneira geral, podem apresentar sintomas tanto psicológicos quanto físicos, como tremor, sudorese, tensão, dores de barriga e no peito. Não existe uma causa específica para estes transtornos; a criança apresenta uma predisposição biológica para o problema, normalmente com pais ansiosos ou depressivos, que pode sofrer influência de fatores ambientais, como a ausência ou a separação dos pais, ou o excesso de atividades. Se não tratados, o problema pode evoluir para o pânico na vida adulta.
Existem dois tipos de tratamentos para estes transtornos: o medicamentoso, em que a criança recebe anti-depressivos, e a terapia cognitivo-comportamental, que é focada nos sintomas, utilizando-se da técnica da ludoterapia, que envolve brinquedos, divertimentos e jogos em que a criança entra em contato com a situação da qual tem medo, sem executar as compulsões, até que o desconforto diminua. Para a eficácia deste tratamento, são necessárias motivação e adesão, e o esclarecimento educacional do paciente, da família e dos professores a respeito da doença, que muitas vezes a tratam como “birra” da criança.
Este é, inclusive, um dos objetivos do Simpósio, o de disseminar as informações sobre o problema entre os médicos da área (psiquiatras, pediatras, neurologistas), psicólogos e qualquer outra pessoa interessada na questão. Desta maneira, através da observação do comportamento, pode-se detectar e tratar cedo o problema, prevenindo quadros mais graves. O evento contará com a presença do médico Philip Kendall, da Temple University (Philadelphia), considerado o maior especialista dos EUA no assunto.
Para maiores informações, (11) 3085-2978/3069-6978 ou pelo site www.hcnet.usp.br/ipq.