ISSN 2359-5191

15/04/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 10 - Ciência e Tecnologia - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Defensivo agrícola precisa de mais apoio dos brasileiros

São Paulo (AUN - USP) - A sociedade brasileira ainda vê os defensivos agrícolas com maus olhos, mas este é o único caminho para aumentar nossa produtividade de forma sustentável. A ideia é defendida pelo diretor-executivo da Andef (Associação Nacional da Defesa Vegetal), José Otávio Menten, em seminário realizado recentemente na FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) da USP. A associação trabalha com pesquisa e desenvolvimento do manejo de pragas.

Segundo ele, existe na sociedade em geral uma certa desconfiança em relação ao agronegócio, principalmente a respeito da regularização das terras e da utilização de áreas agricultáveis não-exploradas. Menten diz que o aumento do consumo mundial de alimentos obriga os produtores a buscar formas de aumentar a produtividade agrícola, e os defensivos seriam imprescindíveis para isso. “Se proibissem os insumos, o mundo viraria um caos”, afirma.

A associação acredita que os esforços para que essa imagem negativa da tecnologia agrícola desapareça deveriam partir também do governo. Menten salienta que muitas denúncias sobre resíduos não-registrados que contaminariam os alimentos são feitas sem nenhum critério ou conhecimento e, muitas vezes, não passam pelo consentimento do Ministério da Agricultura. “As decisões têm que ser tomadas pela tecnologia, não pela ideologia”, opina.

Outra questão que incomoda os defensores das tecnologias aplicadas à produção alimentar é a confusão na legislação sobre o assunto. A regulamentação dos defensivos agrícolas é feita atualmente pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), pelo Ministério da Agricultura e pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente). O diretor da Andef e alguns membros da plateia do seminário afirmaram que há pouca coordenação entre esses órgãos, e a demora do processo de registro aumenta ainda mais a desconfiança da sociedade.

Questionado se haveria pressão dos pesquisadores para que os produtores usassem determinados defensivos, Menten diz que há fiscalização do governo em relação a isso, e o que ocorre é apenas um aconselhamento por parte da Andef. “A aplicação de cada produto deve seguir o que a pesquisa diz que é melhor”, lembra o diretor-executivo da associação. Para ele, o Brasil já deveria estar tratando a ciência e a tecnologia como prioridades, principalmente no setor agropecuário.

Parte da mídia também seria culpada por essa desconfiança, ao exaltar demasiadamente os produtos orgânicos, segundo o pesquisador. Ele defende que os orgânicos não são superiores em qualidade a um produto convencional tratado com defensivos. “A sociedade deveria estar totalmente informada sobre isso para tomar suas decisões”, reafirma Menten.

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