São Paulo (AUN - USP) - A principal exposição do novo ciclo do Maria Antonia é de Wesley Duke Lee, grande nome da Arte Contemporânea, conjuntamente com os quatro artistas formados por ele: Carlos Fajardo, Frederico Nasser, José Resende e Luis Paulo Baravelli. Esses quatro, mais tarde, criaram a Escola Brasil, um ”centro de experimentação artística dedicado a desenvolver a capacidade criativa do indivíduo” , como definido pela própria instituição, que é fruto das experiências vivenciadas pelos cinco artistas no ensino da Arte.

A exposição está no Maria Antonia desde o dia 2 de abril e permanecerá até o dia 31 de maio, juntamente com as exposições de Lia Chaia, Helena Martins-Costa, Beatriz Toledo e Marco Giannotti.

Duke Lee, apesar de ter sido professor de Fajardo, Nasser, Resende e Baravelli, não se considera como um mestre e em uma declaração em 1978, disse: “...aceitei-os por uma dívida pessoal com o meu mestre e por insistência deles. A dívida era a seguinte: o tempo que [Karl] Plattner dedicara a mim era impagável. O pagamento seria formar outro; formei quatro...”.

Por isso, o principal objetivo dessa exposição, segundo um de seus curadores, Rafael Vogt Maia Rosa, é “resgatar não só o trabalho desses artistas, mas principalmente a convivência entre eles”. Isso, porque o tipo de relação estabelecida entre o mestre e os seus aprendizes era mais uma espécie de troca entre artistas, do que de ensino, propriamente dito. A exposição mostra, inclusive, alguns desenhos feitos em parceria por Duke Lee e cada um de seus alunos, chamados retratos de duas mãos, obras que são capazes de ilustrar bem essa relação mantida entre eles. As experiências compartilhadas por eles no ensino da Arte representaram uma inovação nos métodos até então aplicados, pois priorizava a experimentação ao formato pré-estabelecido da técnica pura.

A exposição apresenta cronologicamente as obras, que datam de 1959 até 1970. Primeiramente, é exibida uma parte da produção individual de Duke Lee antes de iniciar sua jornada como mestre. Depois, são mostradas as obras produzidas durante o período de convivência entre os artistas, que durou de 1963 a 1968, aproximadamente. São mostradas ainda, obras produzidas por cada um dos aprendizes de Duke Lee independentemente.

Essa exposição levou cerca de quatro meses para ser produzida e ficou ao encargo dos curadores Rafael Vogt Maia Rosa e João Bandeira, que convidaram os artistas em nome do Maria Antonia. As obras foram reunidas da Casa dos Artistas, da Casa de Colecionares e também dos acervos particulares de alguns artistas.

O Centro Universitário Maria Antonia fica na rua Maria Antonia, 294 – Vila Buarque. Horário de funcionamento: de terça a sexta-feira, das 12 às 21 horas, sábados, domingos e feriados, das 10 às 18 horas.