São Paulo (AUN - USP) - Uma coluna rodeada de bambolês , retratos antigos e fotos de fachadas urbanas. Esses elementos aparentemente desconexos, fazem parte do novo ciclo de exposições inaugurado no Centro Universitário Maria Antonia, que permanecerá até o dia 31 de maio.

Essas exposições foram produzidas por novos nomes da Arte Contemporânea como Beatriz Toledo, Lia Chaia, Helena Martins-Costa e Marco Giannotti. Os trabalhos expostos foram escolhidos pelo Maria Antonia através de projetos apresentados pelos próprios artistas, que passaram por uma comissão de seleção do centro. Esse processo ocorre aproximadamente a cada dois meses e meio, quando as exposições do Maria Antonia são renovadas.

As obras de cada um desses artistas apresentam características extremamente particulares, que contrastam fortemente entre si. Segundo um dos membros da comissão que seleciona as exposições do Maria Antonia, João Bandeira, essa é justamente a proposta do centro: pluralidade. Segundo ele o Maria Antonia procura reunir, “diferentes gerações com diferentes tendências, mas tentando manter um nível estético”.O resultado é a exploração de múltiplos vieses da Arte Contemporânea através de diferentes enquadramentos.

Lia Chaia, artista que frequentemente utiliza o próprio corpo como instrumento para a Arte, apresenta uma performance e expõe uma intervenção arquitetônica – a coluna envolvida por bambolês -, na exposição intitulada “Rodopio”. Segundo a artista, a ideia de envolver uma coluna com os aros foi pensada especialmente para o Maria Antonia, cuja fachada tem como particularidade as colunas, que se tornaram uma espécie de marca do centro. No mesmo andar, as fotos de Beatriz Toledo retratam fachadas de casas na luz dia e apresentam uma perspectiva inusitada da cidade ao explorar suas simetrias e recortes. Nessa exposição, intitulada “Hall”, a artista surpreende ao retratar de maneira interessante uma visão comum do cotidiano, que na maioria do tempo passa despercebida.

No andar de cima, os retratos preto-e-branco do começo do século – e curiosamente emoldurados sem as cabeças - de Helena Martins-Costa, trazem uma reflexão sobre que tipo de identidade uma foto pode carregar. As fotos sempre posadas ainda intrigam por retratarem as pessoas sempre em duplas, mas nunca misturando os sexos. Marco Giannotti, por sua vez, fotografou tanto a paisagem urbana como a natural sob mútliplas perspectivas, contrapondo bagunça e ordem, claro e escuro, pouco e muito. O que chama a atenção é a montagem das fotos no papel, sempre quatro por folha, formando as vertentes de uma janela.

Nesse novo ciclo, há ainda uma exposição principal, realizada a convite do Maria Antonia, que reúne a obra de Wesley Duke Lee e de seus quatro aprendizes, denominada “A Zona: Duke Lee, Baravelli, Fajardo, Nasser e Resende”. O fato de um artista com o renome de Duke Lee conviver em um mesmo espaço com talentos de uma nova geração, reforça uma vez mais a proposta de pluralidade do Maria Antonia. Segundo Bandeira, “misturar Duke Lee com Lia (Chaia), que é uma jovem artista, mostra as várias condições da Arte Contemporânea”.

As exposições podem ser visitadas no Centro Universitário Maria Antonia que fica na rua Maria Antonia, 294 – Vila Buarque. Horário de funcionamento: de terça a sexta-feira, das 12 às 21 horas, sábados, domingos e feriados, das 10 às 18 horas.