São Paulo (AUN - USP) - “O programa é baseado em fundamentos acadêmico-científicos, por isso é tão diferente dos demais” afirmou Andrea M. Freudenheim, coordenadora do curso “Aprendendo a Nadar”, oferecido pela Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE-USP). Trata-se de um curso que visa não só desenvolver as competências motoras, mas também as competências afetivo-sociais e cognitivas na água. Por causa disso os alunos, crianças de 6 a 12 anos, aprendem noções dos quatro estilos de natação (crawl, costas, peito e borboleta), mas também de pólo aquático, saltos ornamentais, nado sincronizado e mergulho.
A pesquisa começou em 1993, quando a professora recebeu a oferta de criar um curso para a comunidade de fora da USP. “Descobrimos a definição de natação como qualquer forma de movimento no meio líquido, o que nos trouxe muitas perspectivas diferentes”. Durante a pesquisa foi descoberto também que as competências referentes à locomoção na água se desenvolvem a partir de experiências com esse meio, por isso a importância de exercícios tão diferentes.
De acordo com a professora, a criança passa por uma sequência normal de desenvolvimento motor no nadar como no andar. “Primeiro a criança rasteja, depois engatinha... não tem como ela ‘pular de fase’ e chegar na corrida direto. Na natação é a mesma coisa”, explicou, ressaltando que o foco do curso não é competitivo.
Além da coordenadora, a equipe é constituída por duas professoras formadas em Educação Física e por monitores, que são alunos da própria EEFE. Para esses alunos, o projeto funciona como um estágio, mas além de auxiliar nas aulas, eles participam de reuniões para discuti-las e aprofundam-se no estudo dessa área a partir de leituras coordenadas pelas professoras. “Há também um atendimento individual, para que eles tirem dúvidas sobre o preparo das aulas e quaisquer situações diferentes que tenham ocorrido durante alguma aula”, afirmou Regina Ismênia R. B. Gama, uma das professoras do Aprendendo a Nadar.
Sobre como esses alunos lidavam com as crianças, Freudenheim explicou que a preferência era escolher alunos que estivessem nos últimos anos da faculdade, pois nesse caso já teriam tido as disciplinas básicas necessárias, como Primeira e Segunda Infâncias. “Mas é possível escolher estagiários dos primeiros anos, porque nas nossas reuniões de estudo podemos orientá-los sobre esses aspectos”.
A professora Regina ressaltou a importância do vínculo afetivo-social, não só entre as crianças, mas também entre elas e os professores. “Atividades na água exigem confiança, porque é uma situação que pode gerar perigo”, explicou. Por isso, antes de cada aula, alunos e professores realizam atividades que visem o relacionamento. Isso também é importante porque os alunos são divididos em turmas, então é importante que todos se conheçam para que, quando alguém mude de classe, já esteja familiarizado com ela.
Um dos principais objetivos do curso é fazer com que as crianças percebam os movimentos que fazem, pois assim “eles próprios vão buscando os melhores jeitos de se locomover”, explicou a professora. As aulas têm uma hora de duração e são ministradas na própria EEFE.
Serviço
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