ISSN 2359-5191

04/05/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 17 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Física
Novo método distingue colesterol ruim do bom em exame de sangue

São Paulo (AUN - USP) - Equipe de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisa e Tecnologia de Fluidos Complexos, com sede no Instituto de Física (IF) da USP, desenvolveu método que possibilita saber qual a porcentagem do colesterol presente no sangue é ruim. Através deles o médico poderá identificar possíveis alterações em seu nível e tratá-las sem afetar o nível do colesterol bom. Pelo método utilizado atualmente o nível de colesterol é medido e tratado como um todo, sem diferenciar o ruim do bom, que é fundamental ao metabolismo.

Integrante da equipe de pesquisa, o professor do IF, Antônio Figueiredo, explica que o colesterol é uma molécula vital ao funcionamento do metabolismo celular. No entanto, por ser insolúvel no sangue, é envolto numa estrutura de cerca de um nanômetro (10 a menos nove metro), semelhante a um “nanosubmarino” que, por sua vez, se solubiliza no sangue e leva o colesterol às células do corpo todo. A esse composto dá-se o nome de LDL (sigla em inglês para Proteína de Baixa Densidade).

O colesterol ruim é o LDL modificado por fatores diversos como, por exmplo, o tabagismo e a periodontite, uma doença inflamatória crônica na gengiva. O problema surge quando essa LDL gruda nas paredes das artérias, obstruindo-as gradualmente e causando doenças cardiovasculares.

O exame hoje em uso é incapaz de discernir se o “nanosubmarino” está modificado ou não. Segundo o professor Figueiredo, “os médicos estabelecem um nível máximo de LDL. Quando ele é atingido os medicamentos prescritos reduzem tanto a LDL íntegra quanto a modificada, o que pode criar outro problema com a falta da LDL boa”.

O método que permitirá o tratamento para diminuir apenas a LDL ruim foi criado com base numa propriedade física há muito aplicada no ramo para identificar e caracterizar fluidos, o índice de refração linear. Os pesquisadores descobriram que esse índice é diferente para a LDL íntegra e a modificada, o que permite sua medição separada.

Embora o cálculo de índice de refração linear exista há cerca de 20 anos, a ideia de aplicá-la às moléculas de colesterol surgiu apenas quando os pesquisadores observaram a sua semelhança com outro tipo de fluido, os cristais líquidos. São substâncias presentes nas TVs de LCD (sigla de Liquid Crystal Display) que já eram pesquisadas anteriormente sem fins industriais. Sua similaridade com a membrana celular humana foi o “pulo do gato” para o início das análises do LDL.

As pesquisas foram financiadas pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), e desenvolvidas a partir da confluência de ilhas de excelências de todo o Brasil ligadas a áreas como Medicina, Farmácia, Física, Biologia, Química, Imunologia e Odontologia. O próximo passo é o patenteamento do método e o desenvolvimento de um protótipo do equipamento de medição.

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