ISSN 2359-5191

05/05/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 18 - Sociedade - Instituto de Psicologia
Pós-modernidade motiva suicídios

São Paulo (AUN - USP) - O estilo de vida pós-moderno colabora para a anulação do sentido da vida e, portanto, motiva o homem a cometer crimes contra a própria vida. Suicídios acometem principalmente homens mais velhos, cujas vidas perdem sentido quando eles deixam o trabalho e passam a viver em casa, e o homem jovem, que não consegue construir um sentido para sua vida. Essa afirmação do professor do Instituto de Psicologia (IP) da USP, Yvez de La Taille, foi feita durante o I Seminário Psicologia e Violência: ensino e pesquisa , realizado recentemente no IP.

A pós-modernidade teve inicio na década de 1980. E, com ela, além do aumento no número de suicídios, começaram a aparecer nos EUA casos de garotos que cometem chacinas e depois se matam. Com o passar do tempo, crimes assim se espalharam pelo mundo. Antes de se matarem, esses garotos divulgam na internet vídeos e fotos em que posam com a arma do crime. Yvez explicou que isso acontece porque vivemos na “Cultura do tédio”, que fragmenta a vida e dificulta a criação de um sentido único para ela. Assim, a sociedade passa a cultuar a imagem e esses jovens se divulgam porque dão muita importância à aprovação e querem impressionar os outros para criar uma imagem que preencha a falta de sentido de suas vidas e os transforme em pessoas diferentes ao resto do mundo.

A busca dessa diferença se justifica porque ser igual é motivo de vergonha numa sociedade como a de hoje, que valoriza e destaca o diferente. Para o professor Eduardo Bittar, da Faculdade de Direito da USP, a sociedade é autista e dá mais importância ao que as pessoas têm do que ao que elas são, confundindo a noção de ter com a noção de ser. Assim, a cultura atual se define pelo binômio vencedor x perdedor e ser considerado um perdedor é o maior fracasso que alguém pode atingir.

Isso explica a grande violência de hoje, pois não se considera mais o bem estar do próximo e cada um preocupa-se apenas com suas próprias necessidades e vontades. Yvez reforça que apesar de ser uma explicação possível para o crescimento do número de suicídios, a cultura do tédio é apenas uma das variáveis a se considerar. A pobreza e outros aspectos sociais também importam e não devem ser descartados na hora de analisar as causas de suicídios e de outros tipos de violência no mundo.

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